Partido da Mulher indica acusado de feminicídio para governo do Rio

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Na contramão do próprio nome da sigla, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) está lançando ao governo do Rio de Janeiro um coronel reformado da Polícia Militar (PM) que responde à acusação de ter mandado matar a líder do movimento feminino Mães de Acari, há 29 anos.

Edméa da Silva Euzébio era diarista e foi morta a tiros em uma emboscada numa estação de metrô no Centro da capital fluminense, em janeiro de 1993. As investigações do Ministério Público, à época, indicaram que ela teria sido morta após descobrir informações que poderiam ajudar a localizar os corpos dos 11 jovens de Acari, favela da Zona Norte carioca, desaparecidos após a chacina ocorrida três anos antes, em 1990. Um deles era filho de Edméa.

Sete pessoas foram denunciadas pelo crime contra a diarista e serão levadas ao tribunal do júri assim que o atravancado processo voltar a andar (há recursos em série colaborando com a paralisação).

Emir Larangeira, que o PMB quer eleger para o Palácio Guanabara, é justamente o nome que o MP indica ter ordenado a execução. Ele era deputado estadual na época em que os fatos ocorreram e, agora, filiado à legenda supostamente feminina, acena ao eleitorado com promessas de melhorias na educação, na saúde e nos salários da PM e dos Bombeiros.

Em São Paulo, o PMB também fez uma escolha controversa para a disputa pelo governo do estado ante o viés progressista que adotava ainda em 2015 (quando o nome “Partido da Mulher Brasileira” foi adotado). Para o eleitorado paulista, a sugestão da sigla é um quadro masculino: o de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação de Jair Bolsonaro. O plano é alterar o nome do partido para Brasil35.

O Globo