Voto de Kassio por Silveira indignou os colegas do STF

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Foto: Reprodução

O voto do ministro Kassio Nunes Marques pela absolvição de Daniel Silveira causou um climão com os outros ministros – e não apenas por ele ter sido o único dos 11 magistrados a votar pela absolvição do deputado.

Na sessão, Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão e à perda dos direitos políticos. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro concedeu perdão presidencial a Silveira, reavivando a crise entre Executivo e o Supremo que teve seu ápice no 7 de setembro.

A forma como Kassio defendeu seu ponto de vista também incomodou os colegas da corte. Primeiro porque, em seu voto, Nunes Marques se solidarizou com os colegas.

“Quero deixar consignada a minha solidariedade com esta corte diante das aleivosias lançadas contra alguns de seus membros, o que ofende a instituição como um todo”, disse o ministro.

A frase foi vista como uma demonstração de que o ministro não se sente parte do tribunal. “Você só se solidariza com alguém se não sofre do mesmo mal”, afirmou um ministro, no dia seguinte à sessão. “Os crimes do deputado foram cometidos contra o Supremo, não contra alguns ministros”.

No voto, Kassio disse que as falas de Silveira a respeito do STF foram graves, mas que não vê nelas incitação à violência contra as instituições, como o resto do tribunal.

Em vídeos em suas redes sociais antes dos atos de 7 de setembro, Silveira exortou os seguidores a agredir ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes.

“O povo entre no STF e agarre o Alexandre de Moraes pelo colarinho dele e sacuda a cabeça de ovo dele e o jogue numa lixeira”, disse o deputado num dos vídeos. Em outra passagem, o deputado diz que “o STF não vai existir, porque nós não permitiremos”.

Com o indulto, a tendência é que a torta de climão entre Nunes Marques e o resto do Supremo fique ainda mais apimentada.

O Globo