Kalil diz que Zema governa para ricos

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Foto: Reprodução

O ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) afirmou nesta quarta-feira (11) em sabatina da Folha e do UOL que quer uma aliança formal com o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e descartou a possibilidade de seu partido apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições 2022.

“O que o candidato Alexandre Kalil quer é uma aliança formal com o presidente Lula. Isso eu quero deixar muito claro. Não tenho problema nenhum em andar com o presidente Lula. Já disse que considero o presidente Lula um grande líder. Não tenho esse problema. O que não quero é ir sem mão dada, sem aliança. Porque isso tecnicamente prejudica uma campanha.”

Pré-candidato ao Governo de Minas, ele disse também não querer ser “clone” do ex-presidente. “Eu penso de uma forma que me aproximo do modo de pensar do presidente Lula. Muito distante do atual presidente”, afirmou.

Kalil disse ainda que seu principal rival na disputa, o governador Romeu Zema (Novo), governa para empresários e está há dois anos “montado em um avião fazendo campanha”. O ex-prefeito de Belo Horizonte, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, disse que agora fará contraponto ao rival.

A aliança sonhada por Kalil com o PT ainda não foi fechada mesmo com viagem de três dias, iniciada na segunda-feira (9), do ex-presidente Lula a Minas Gerais. Lula já esteve em Belo Horizonte, Contagem e, nesta quarta-feira (11) está em Juiz de Fora. Kalil não compareceu a atos de Lula com militantes.

O ex-prefeito disse na sabatina que foi convidado por uma pessoa, que não é do PT, para um jantar com a presença do ex-presidente, mas que não quis comparecer. “Falei que não poderia ir porque tinha assumido algumas coisas aqui.”

Um obstáculo entre PT e PSD para o fechamento da aliança é em relação ao candidato ao Senado na chapa de Kalil. Os petistas querem o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), enquanto o PSD quer o senador Alexandre Silveira (PSD).

“Nós fizemos uma aliança [interna] partidária importante. Essa aliança tem que ser respeitada também. O que combinamos foi uma coisa muito simples. Eu apoio o senador Alexandre e o senador Alexandre apoia Kalil. Esse é um acordo que está selado.”

“Agora, as proximidades de cada um dependem tanto de lá como de cá. Eu não posso fazer um voo solo nem o Lula um voo solo. O Lula está conversando com o partido dele. Eu estou conversando com o meu. A coisa não é tão simples assim. Nós não podemos desprezar o Partido dos Trabalhadores nem o nosso.”

Segundo Kalil, no entanto, Zema e Bolsonaro tentam evitar que o acordo ocorra.

“Há um esforço muito grande da oposição, do atual governador e do presidente da República, de tentar minar essa aliança. Tenho um ótimo relacionamento com o presidente Lula, uma profunda admiração pelo presidente Lula. Quero que isso fique muito claro”, disse.

O ex-prefeito da capital mineira declarou ser possível descartar qualquer possibilidade de o seu partido apoiar a reeleição de Bolsonaro.

“Como o PSD vai formalizar alguma coisa com o presidente Bolsonaro sem o meu consentimento? E como vamos montar alguma coisa com o presidente Lula sem o consentimento do Alexandre [Silveira]? Não podemos fazer isso. Nós temos um partido unido e vamos seguir unidos”, declarou.

O ex-prefeito minimizou a atuação de pelo menos parte bancada mineira do PSD Congresso Nacional, que apoia Bolsonaro.

“Uma bancada de três que agora tem quatro [sobre os deputados da legenda na Câmara]. Quem está conversando é o presidente do partido [Gilberto Kassab] com a presidente do PT [Gleisi Hoffmann]. Temos que deixar esse amadorismo tacanho”, disse Kalil.

Sobre pesquisas que dão o governador Romeu Zema na sua frente na disputa pelo Palácio Tiradentes, Kalil que agora tem quem vai contradizer o rival.

“O governador está montado num avião há dois anos, avião que ele falou que não ia usar, há dois anos fazendo campanha sozinho. Eu estava cuidando da população que me elegeu. Só que agora, tem quem vai contradizer”, afirmou.

O ex-prefeito também comentou o fato de o adversário não ter aceitado participar da sabatina da Folha e do UOL.​ “Ele não vem aqui [sabatina] mas dá entrevista o dia inteiro para quem tem pergunta que ele gosta de responder. E não vem aqui porque aqui não tem chapa branca. Aqui vai perguntar”.

Folha