Lula inicia suas caravanas por Minas Gerais

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Foto: Ricardo Stuckert

Após o lançamento da chapa para concorrer à disputa presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin estão prontos para intensificar as viagens com vistas à formação dos palanques estaduais. A agenda começa hoje com a ida a Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral brasileiro, onde fica até quarta-feira. O petista vai sozinho ao estado, pois seu vice contraiu covid-19 e está em isolamento.

O tour começa por Belo Horizonte, onde o ex-presidente vai “relançar” a pré-candidatura ao Planalto. O evento ocorre às 17h e foi batizado como “Lula abraça Minas”. A estratégia do PT, com isso, é reforçar nos estados o retorno do ex-presidente à corrida presidencial, após 12 anos.

A cúpula do partido em Minas o aguarda em meio a impasses sobre a formação do palanque petista. Lula já tornou público o desejo de apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) na disputa ao governo estadual. A costura, porém, esbarra no Senado, campo de batalha do pessedista Alexandre Silveira e do petista Reginaldo Lopes. Um dos compromissos do presidenciável no estado, aliás, é participar do lançamento da pré-candidatura de Reginaldo a senador. Líder do PT na Câmara dos Deputados, ele tem atuado como principal emissário lulista em Minas.

Para amanhã, está agendada a ida de Lula a Contagem, município governado pela companheira de sigla Marília Campos. O ato na cidade ocorrerá durante a manhã, pois, sem seguida, a comitiva segue para Juiz de Fora, da prefeita Margarida Salomão, outro quadro histórico do PT mineiro.

Segundo a direção petista, não estão previstos encontros entre Lula e Kalil durante a incursão do ex-presidente. Eles têm se falado, sobretudo, por meio de interlocutores, embora há duas semanas tenham conversado durante ligação telefônica viabilizada pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

O presidente do PT em Minas, Cristiano Silveira, celebra o destino escolhido por Lula para inaugurar as viagens após entrar, de fato, na disputa pelo Palácio do Planalto. “O estado, sendo o primeiro (a ser visitado) após o lançamento oficial, mostra o carinho que ele tem por Minas. E, também, o reconhecimento da importância do estado como segundo maior colégio eleitoral (atrás apenas de São Paulo) e síntese do Brasil”, afirmou.

A viagem inaugural de Lula dá o tom do que esperar de sua campanha nos momentos iniciais da corrida à Presidência. A estratégia do PT é montar um palanque em Minas capaz de garantir a vitória sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado.

“Na cultura política, quem ganha em Minas, vence no Brasil. É difícil vencer no Brasil sem ganhar em Minas. O presidente combina duas coisas: o carinho e o afeto pelo estado e a importância de Minas na política nacional”, explica Cristiano.

Em 2018, Bolsonaro ganhou o segundo turno no estado com 58,19% dos votos válidos, contra 41,81% de Fernando Haddad (PT). Neste ano, pesquisa Itatiaia/Instituto Ver feita em Minas e divulgada em abril mostra que Lula lidera as intenções de voto com 44%, seguido do atual presidente, com 27%.

A organização da campanha petista está trabalhando com a possibilidade de que as viagens de Lula e Alckmin sejam motivo de hostilidade de bolsonaristas — tal como aconteceu na última quinta-feira, em Campinas (SP). Um grupo de manifestantes xingou o ex-presidente em frente ao condomínio no qual almoçou na casa do físico Rogério Cerqueira Leite.

O incidente revelou que o petista tem um forte esquema de segurança. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram vários homens à paisana, todos integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do governo federal, dispersando a multidão. Um deles, inclusive, portava uma submetralhadora. A proteção é um privilégio concedido a todos os ex-presidentes da República.

A preocupação com possíveis casos de violência contra os candidatos no pleito deste ano é alta. A Polícia Federal decidiu antecipar a elaboração dos planos de segurança dos presidenciáveis e iniciou, na última segunda-feira, o treinamento de 80 agentes para reforçar a proteção dos presidenciáveis.

Correio Braziliense