Marina Silva repudia acusação de Weintraub a seu marido

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A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede) chama de “lamentável” e “leviana” a fala do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) acusando ela e seu marido de corrupção. A declaração foi feita pelo pré-candidato ao Governo de São Paulo na terça-feira (3), durante sabatina realizada por Folha e UOL.

“Hoje essa turma do centrão me acusa de comunista porque eu declarei meu voto aberto, em 2014, no primeiro turno, para a Marina Silva. Mas por que na Marina Silva? Porque na época não havia acusações de corrupção contra ela”, disse Weintraub.

“Eu não sabia das histórias do marido dela, que hoje em dia estão aí. E eu sempre vou procurar alguém que não é corrupto. Por quê? Porque eu não gosto de corrupto, eu tenho desprezo por ladrão. Profundo desprezo por ladrão”, continuou.

Em nota enviada à coluna, Marina destaca que as acusações foram investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF), que não encontrou elementos sobre a denúncia e arquivou o processo.

Pré-candidato ao governo de S?o Paulo pelo PMB, Abraham Weintraub é sabatinado nesta terça (3). A sabatina é conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto e pela jornalista da Folha de S. Paulo Carolina Linhares
Abraham Weintraub participa de sabatina realizada por Folha e UOL – Reprodução – 3.mai.2022/UOL
“É lamentável a fala leviana do ex-ministro Abraham Weintraub, uma vez que essa é mais uma fake news que continua a ser propagada de forma irresponsável nas redes sociais”, diz Marina.

“Reforço que, tanto minha atitude na época como a decisão do MPF são de conhecimento público, amplamente divulgadas ao longo dos últimos anos e verificadas pela imprensa”, afirma ainda.

A assessoria de imprensa da ex-ministra questiona o fato de a afirmação de Weintraub não ter sido contestada durante a sabatina realizada por Folha e UOL. Segundo a equipe, ​essa postura é desejável para impedir a circulação de fake news.

Nos últimos dias, as falsas acusações contra Marina e seu marido também foram revividas nas redes por bolsonaristas.

O caso remonta a uma discussão que ocorreu na Câmara em maio de 2011. Durante um debate sobre o Código Florestal, o então deputado pelo PC do B Aldo Rebelo se irritou com uma provocação feita por Marina no Twitter, que criticava a apresentação de um texto com “novas pegadinhas, minutos antes da votação”.

Rebelo foi à tribuna e rebateu a ex-ministra, lançando a acusação de que seu marido havia fraudado “contrabando de madeira”. Posteriormente, o deputado disse ter feito as declarações de cabeça quente e afirmou que pediria desculpas.

A própria Marina solicitou que as acusações fossem investigadas pelo Ministério Público Federal. O MPF, porém, não encontrou elementos sobre a denúncia e arquivou o processo.

“Não há um único elemento que confira foros de verossimilhança aos fatos noticiados pela imprensa. Como disse a representante, à data em que assumiu o Ministério do Meio Ambiente o seu marido já não mantinha vínculos com as entidades que integram o Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, não havendo a indicação de um fato concreto que o vincule à Fase na época em que foi feita a doação do mogno”, disse o então procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos.

Rebelo se referia a uma investigação do Tribunal de Contas da União de 2004. O órgão investigou a doação, em 2003, de quase seis mil toras de madeira clandestina apreendidas na Amazônia para a ONG Fase (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional). A investigação se deu por divergências entre o valor real da madeira e o valor atribuído.

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Desmatamento ameaça plantas amazônicas recém-descobertas para a ciência

O caso ocorreu quando Marina Silva era ministra do Meio Ambiente. Seu marido, Fábio Vaz de Lima, foi um dos fundadores do Grupo de Trabalho Amazônico, que por sua vez era ligado à ONG Fase. Lima atuou no grupo entre 1996 e 1999 —ou seja, antes da doação que foi alvo de denúncia.

Nas eleições de 2018, um viral falso circulou nas redes sociais, sugerindo que o marido de Marina estaria envolvido em um caso de desmatamento e que não teria sido punido por sua ligação com a então ministra do Meio Ambiente. A peça foi verificada e desmentida pelo projeto Comprova.

Leia, abaixo, a íntegra da nota enviada à coluna por Marina Silva:

“Esclareço, mais uma vez que, em 2011, a meu pedido e de meu marido, o MPF investigou as falsas acusações feitas contra ele pelo então deputado Aldo Rabelo. Após investigação, o MPF não encontrou elementos sobre a denúncia e arquivou o processo.

‘O então procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos, assina a conclusão do procedimento administrativo, divulgada em 23 de julho de 2013. “Quanto às acusações feitas contra Fábio Vaz de Lima, não há um único elemento que confira foros de verossimilhança aos fatos noticiados pela imprensa. Como disse a representante, à data em que assumiu o Ministério do Meio Ambiente o seu marido já não mantinha vínculos com as entidades que integram o Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, não havendo a indicação de um fato concreto que o vincule à FASE na época em que foi feita a doação do mogno’, diz a decisão.’

Reforço que, tanto minha atitude na época como a decisão do MPF são de conhecimento público, amplamente divulgadas ao longo dos últimos anos e verificadas pela imprensa.”

O cônsul-geral da Espanha em São Paulo, Miguel Gómez de Aranda y Villén, e a diretora-executiva da empresa Sustenidos, que administra o Theatro Municipal de São Paulo, Alessandra Costa,
compare-ceram à estreia da ópera “Café”, no Municipal, realizada na terça (3), na capital paulista. Baseado em libreto de Mário de Andrade, o espetáculo tem direção de Sérgio de Carvalho e conta com a participação do Coletivo Nacional de Cultura do MST (Movimento dos Trabalha-dores Rurais Sem Terra).

Folha