Polícia começa a apurar assassinato pela PRF a sangue frio

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Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Sergipe (PCSE) colheu depoimentos de familiares e testemunhas sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, nessa quarta-feira (25/5), após “abordagem” da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-101, em Umbaúba.

O homem não resistiu depois de ser preso por policiais dentro de uma espécie de “câmara de gás” montada no porta-malas da viatura da PRF. A ação foi registrada em vídeo. Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML).

Os agentes da PRF que participaram da abordagem não foram ouvidos pela Polícia Civil. O Metrópoles apurou que ao menos três servidores estavam no local durante a ação.

“Também foi providenciado pela Polícia Civil um relatório do local da ocorrência. Todas as informações colhidas foram remetidas para a Polícia Federal na manhã desta quinta-feira”, disse a corporação, em nota à imprensa.

Genivaldo sofria de esquizofrenia, era casado e deixa um filho, segundo relatos de familiares. O boletim de ocorrência foi feita pela irmã da vítima, Damarise de Jesus Santos.

Em nota, a PRF informou ter instaurado procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos.

“Ele foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil. No entanto, durante o deslocamento, passou mal, foi socorrido e levado para o Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”, detalhou a corporação.

A Polícia Rodoviária Federal alegou também que a vítima resistiu “ativamente” à abordagem e que teriam sido “empregadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção”, a fim de tentar contê-lo.

O Metrópoles questionou a corporação, na manhã desta quinta-feira, para saber se os agentes serão afastados, e por que Genivaldo foi abordado pelos policiais. Não houve respostas.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil de Sergipe informou que acompanha, “de forma vigilante, os desdobramentos das investigações sobre o episódio”.

“A OAB Sergipe respeita as instituições, mas não compactua com qualquer tipo de violência ou de tortura, razão pela qual se manterá atenta à apuração da responsabilidade pela fatídica morte”, diz a instituição.

O órgão acrescentou que vai solicitar, em “caráter de urgência”, reunião com a Corregedoria da PRF para apurar o caso.

“Também estamos nos colocando à disposição dos familiares da vítima para dar toda a assistência necessária, sempre mantendo o respeito aos profissionais policiais e à instituição PRF, no acompanhamento das responsabilidades cabíveis”, finaliza.

Metrópoles