Novo presidente da Petrobras terá que demitir diretoria para baixar preços

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Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

O novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, assume nesta terça-feira (28) o comando da empresa. A expectativa do Palácio do Planalto é que não sejam autorizados novos reajustes de preços até as eleições.

No entanto, enquanto a atual diretoria da empresa for mantida, o escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro não conseguirá mudar a atual política de preços da empresa.

Isso porque, pela política de governança da empresa, as decisões não são individuais, mas, sim, colegiadas.

No caso de preços, o tema sempre passa pelo crivo do presidente e dos diretores Cláudio Mastella (Comercialização e Logística) e Rodrigo Araújo (Financeiro e Relações com Investidores).

A Petrobras adota desde 2016, no governo Michel Temer, a chamada política de paridade internacional. À época, a empresa disse que a política faria com que os preços dos combustíveis fossem reduzidos.

Mastella e Araújo defendem a atual política de preços e não aceitarão intervenção, o que, para eles, pode levar a um valor artificial de combustíveis.

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro tem dito a interlocutores que Paes de Andrade vai trocar toda a diretoria. O discurso do novo presidente, porém, é que não fará mudanças imediatamente.

Conselheiros da empresa também avaliam que Paes de Andrade não irá trocar toda diretoria neste momento, o que é esperado para depois da reunião da assembleia de acionistas, daqui a 30 dias, quando o nome dele deve ser ratificado.

Além disso, nesta reunião da assembleia, devem ser eleitos também os novos nomes, ao todo sete, para o Conselho de Administração.

O governo quer aumentar a atual participação de seis para sete conselheiros. Os acionistas minoritários, porém, querem manter as atuais quatro cadeiras que têm no Conselho de Administração.

No Palácio do Planalto, assessores presidenciais dizem que Caio Paes de Andrade pode segurar os aumentos sem mudar a atual política de preços, criando um espaço maior entre os reajustes. O último foi concedido no dia 17 de junho, ainda na gestão do ex-presidente José Mauro Ferreira Coelho.

Segundo auxiliares de Bolsonaro, a empresa pode deixar para depois da eleição ajustes no valor dos combustíveis sem ferir a Lei das Estatais.

O problema, alertam conselheiros da Petrobras, é gerar falta de diesel no mercado a partir do segundo semestre, principalmente em setembro. Se o preço do diesel lá fora ficar mais caro do que aqui no país, os importadores privados e até a estatal não trariam o produto para ser vendido mais barato no mercado interno, gerando prejuízo para as empresas.

G1