“Patriotismo é o último refúgio do canalha”

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Eduardo Guimarães

“O patriotismo é o último refúgio do canalha”. Esse famoso pensamento é atribuído ao literato inglês Samuel Johnson. O pensador não se referia ao amor pela pátria, mas a um patriotismo falsário, usado por déspostas e canalhas para enganarem e engajarem incautos.

O Brasil está se tornando um clichê. Tudo que parece ridículo demais para virar realidade está acontecendo. O bolsonarismo é um mal que muitos pensaram que jamais ressurgiria no mundo – e muito menos no Brasil. No entanto, ei-lo espraiado pelo tecido social, criando hordas de degenerados

Confira trecho de recente reportagem do site Congresso em Foco:

Brasília, tarde de domingo, 29 de maio de 2022. Em uma sala de aula da Faculdade LS, no Pistão Sul, em Taguatinga, duas simpáticas jovens fardadas, ao lado de um poster no qual se lê ‘Academia Militar Mirim’, recepcionam pais selecionados via Whatsapp para conhecer o curso.

A imagem no cartaz mostra uma menina, por volta dos seus seis anos, trajando um uniforme militar verde oliva e um boné camuflado. A tal academia promete ensinar às crianças de cinco a 15 anos valores como hierarquia, disciplina, respeito a símbolos nacionais, valorização da família, ordem unida, ética e civismo.

Entre as aulas de cunho conservador e nacionalista, também promete-se abordar português e matemática, boas maneiras, palestras sobre trânsito, dentre outros tópicos. Tudo distribuído em aulas semanais aos sábados, com duração de duas horas, ao longo de seis meses pelo valor de R$ 150 de mensalidade e R$ 105 pelo uniforme

Os valores que o militarismo bolsonarista quer inocular em seres tão jovens busca transformá-los em futuros fanáticos de extrema-direita que dão sustentação a um regime execrado pela maioria das nações civilizadas e democráticas.

O “líder supremo” desse movimento de caráter neonazista evidenciado por tantos flertes dele com a ideologia mais nefasta da história da humanidade proclama tortura, ditadura, sonegação de impostos, execuções sumárias de suspeitos de crimes, um racismo e scancarado que reduz seres humanos a animais cujo peso se mede em “arrobas”, uma homofobia galhofeira que oculta homossexualismo enrustido…

Sempre digo que há um Bolsonaro em cada esquina deste país. Gente como ele abunda não só no Brasil, mas no mundo todo. É justamente o tipo de pessoas que infecta a humanidade e que, quando tem poder, impõe dor e sofrimento a todos em sua área de influência.

Enquanto o ovo da serpente é chocado, vemos a sociedade dando chance a esse monstro através de setores da política embriagados pela ambição, com bolsonaristas arrependidos e um esquerdista convertido e sem votos não se conformando com sua impossibilidade de virar presidente.

Nos últimos momentos de Hitler, encastelado em um bunker berlinense, meninos imberbes eram dizimados pela ofensiva russa ao tentarem defender seu opressor. Lutaram com empenho que adultos não tinham, mostrando o perigo de infectar crianças com ódio…

Pano rápido.

Redação