Pesquisa diz que “bolsonaro” colombiano está na frente

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Foto: Yuri CORTEZ e Juan BARRETO/AFP

A duas semanas do segundo turno da eleição presidencial na Colômbia, pesquisas eleitorais divulgadas no último fim de semana apontam vantagem do empresário Rodolfo Hernández, considerado o “azarão” da disputa, sobre o esquerdista Gustavo Petro, que saiu vencedor no primeiro turno.

As sondagens de intenção de voto mostram que o ex-guerrilheiro Petro não está com a vitória garantida no dia 19 de junho, como era imaginado. Levantamentos de dez institutos colombianos apontam uma vitória mais folgada de Hernández, com vantagem de 5 pontos percentuais — ele com 48% das intenções de voto, contra 43% de Petro.

Já a sondagem do Centro Nacional de Consultoría, publicada pelo jornal El Tiempo, indica empate técnico entre os candidatos, considerando a margem de 2 pontos percentuais. Nessa pesquisa, o empresário direitista tem 46,4% contra com 43,3% do oponente.

Senador e ex-­prefeito de Bogotá, Petro era considerado o favorito para a presidência e chegou a conquistar conquistar 40,4% dos votos no primeiro turno, sendo apoiado inclusive pelo ex-presidente brasileiro Lula. No entanto, o ex-guerrilheiro do Movimento 19 de Abril (M-19), que ajudou a redigir a nova Constituição da Colômbia, em 1991, precisava de pelo menos 50% dos votos para vencer.

Numa virada surpreendente, Hernández, conhecido como “Trump tropical” ou “Bolsonaro de Macondo”, agora assume a dianteira das pesquisas com um forte discurso anticorrupção.

Ex-prefeito de Bucaramanga, o candidato “azarão” é um magnata do setor da construção e protagonizou alguns momentos polêmicos como o vídeo em que agride o vereador Jhon Lopez após ser acusado de corrupção.

O presidenciável também já contou ser admirador de Adolf Hitler, para depois pedir desculpas e dizer que tinha, na verdade, confundido o ditador nazista com o cientista Albert Einstein.

Populista, ele mistura elementos da direita e da esquerda. Apesar de ser contra o aborto e o casamento igualitário, é a favor da legalização das drogas. Ao mesmo tempo em que defende o livre comércio, Hernandéz alega ser protecionista no setor do agronegócio.

No segundo turno, o líder das pesquisas conta com o apoio de Íngrid Betancourt, política que foi feita de refém pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e pelo direitista Federico Gutierrez, derrotado na primeira rodada.

Gutierrez anunciou que votará no candidato da Liga de Governantes Anticorrupção, afirmando que Petro, presidenciável da esquerda, é um “perigo” para o país.

“Nós não queremos perder o país e não vamos pôr em risco o futuro da Colômbia, nem de nossos filhos”, declarou.

Apesar do indicativo de vitória, Hernández não teve sucesso negociando apoio do terceiro colocado na eleição, o centrista e ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo, que teve 4% dos votos.

No domingo 5, Fajardo deu por encerradas as conversas com o candidato populista, porque considerou que ele “nem sequer avaliou” suas propostas e “não mostrou interesse em realizar um acordo programático”.

Disputados por ambos os candidatos, os políticos do centro estão divididos, com alguns integrantes aderindo à candidatura de Petro, como Alejandro Gaviria, ex-reitor da Universidade dos Andes.

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