Tarcísio diz que se Bolsonaro se reeleger irá aparelhar tribunais

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Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O pré-candidato a governador de SP Tarcísio de Freitas (Republicanos) elogiou um dos principais veículos acusados de disseminar fake news e disse ter esperança de que num segundo mandato o presidente Jair Bolsonaro (PL) possa reformular a composição de tribunais superiores.

“Parabéns pela perseverança, parabéns pelo trabalho que vocês fazem. É um trabalho importante para mostrar o outro lado da história, que, muitas vezes, não é mostrado por ninguém”, disse ele, ao ser abordado por um repórter do Jornal da Cidade Online na última segunda-feira (6), durante evento no qual recebeu o apoio do PTB.

O Jornal da Cidade Online foi “desmonetizado” em agosto do ano passado por ordem do Tribunal Superior Eleitoral, com o argumento de que estaria espalhando mentiras sobre as urnas eletrônicas. Isso significa que o veículo não pode ser remunerado em razão da audiência que tem em plataformas como YouTube e Google.

O veículo também é alvo do inquérito das fake news e espalhou desinformação sobre cuidados contra a Covid-19, por exemplo. O site diz ser alvo de censura e asfixia econômica por parte do Judiciário, e seu repórter perguntou a Tarcísio o que pensava disso.

“A gente vai ter tempos melhores aí vindo pela frente, tenho certeza disso, com o presidente tendo mais um mandato para a gente reformular a constituição de tribunais”, declarou, em referência às vagas que serão abertas a partir de 2023. O próximo presidente poderá nomear mais dois ministros para o STF, por exemplo.

“E é importante que a gente restaure a liberdade de expressão de uma forma verdadeira no Brasil”, concluiu o pré-candidato, que foi ministro da Infraestrutura e é apoiado por Bolsonaro.

Conforme mostrou a Folha, o Jornal da Cidade Online é o líder de audiência entre os veículos bolsonaristas. Em julho do ano passado, teve 16,2 milhões de visitas.

O elogio ao veículo destoa dos movimentos que Tarcísio vem fazendo em sua pré-campanha para distanciar-se das alas mais radicais do bolsonarismo, e assim ampliar seu apelo ao eleitorado mais de centro.​

Procurado pelo Painel, o ex-ministro não quis comentar o assunto.

Folha