Dólar começa o dia nas alturas

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Foto: Bloomberg

O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira, descolado dos índices futuros do mercado americano. Investidores continuam a monitorar as chances de recessão nos EUA, vistas como crescentes, e aguardam a atada do comitê de política monetária do Fed,

Por volta de 10h50, o índice subia 0,41%, aos 98.902 pontos.

No cenário interno, a votação da PEC Eleitoral ainda domina as preocupações, uma vez que traz riscos fiscais à beira das eleições. A proposta deve ser votada no Senado na quinta-feira.

O dólar comercial abriu em alta no mercado brasileiro e, por volta das 9h15, subia 0,50% frente ao real, cotado a R$ 5,146.

O temor de uma recessão global e o aumento dos riscos fiscais no Brasil, com a aprovação do aumento de gastos na PEC Eleitoral, estão levando nervosismo aos mercados.

Nesta quarta-feira, investidores estarão atentos também à divulgação da ata da última reunião do Fomc, comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, banco central americano)

Em dia de queda do Ibovespa, papéis que estavam muito descontados e que começaram a receber cobertura de bancos tiveram alta forte.

No exterior, o dia foi marcado por queda nas Treasuries, o que beneficia empresas de crescimento futuro e exposta aos juros. O movimento impulsionou, por exemplo, a valorização da Bolsa Nasdaq.

Entre as varejistas, Magazine Luiza ON subiu 11,74% e Via ON, 11,48%. Americanas ON avançou 9,73%.

Petz ON subiu 8,65% e BRF ON, 7,67%

– A Petz reagiu a início de cobertura do Goldman Sachs. O excesso de posições vendidas no mercado faz com que investidores busquem a liquidação dessas operações. E a forma de liquidar isso é recomprando as ações. A Magazine Luiza e as Americanas são duas varejistas com posições excessivamente vendidas no mercado, que hoje sofre esse efeito de cobertura de posições – ressaltou o economista e sócio da BRA, João Beck.

Os papéis de petroleiras tiveram um dia de fortes quedas, como também pôde ser visto em ativos ligados a outras commodities metálicas. O movimento foi influenciado pela forte queda do petróleo no exterior.

Petrobras ON e PN caíram 4,27% e 3,81%, respectivamente.

PetroRio ON cedeu 7,11% e 3RPetroleum, 7,44%.

Vale ON caiu 0,50% e CSN ON, 1,81%

Após operarem em queda durante boa parte do dia, Itaú PN e Bradesco PN tiveram altas de 0,71% e 0,23%, respectivamente

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, pressionado pela baixa de papéis ligados a commodities e com os investidores monitorando o noticiário fiscal.

O principal índice da B3 chegou a furar o patamar dos 96 mil pontos durante o pregão, mas teve as perdas arrefecidas diante de um acordo em relação ao texto da PEC Eleitoral, que deve ser votado na Câmara sem mudanças. A melhora do desempenho das bolsas americanas também ajudou o mercado local.

No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,32%, aos 98.295 pontos.

– Com o texto do Senado mantido, ocorreu um aliviou. Mas claro que o aumento de gastos é ruim para o fiscal e abala a percepção para o investidor externo – disse o gerente comercial da B&T Câmbio, Felipe Steiman.

O dólar fechou com forte alta ante o real nesta terça-feira, chegando a furar o patamar de R$ 5,40, em linha com o movimento da divisa no exterior.

A intensificação dos receios sobre a possibilidade de uma recessão da economia global, que impactou no preço de commodities, puxou a valorização. Na cena interna, ainda pesa o aumento da percepção de risco fiscal.

O dólar subiu 1,21%, a R$ 5,3893, após atingir a máxima de R$ 5,4035. É o maior valor de fechamento desde o pregão do dia 28 de janeiro, quando a moeda fechou a R$ 5,39.

– Globalmente, o dólar vem se valorizando, porque entre as economias centrais, o Fed é quem iniciou o movimento mais cedo e com mais veemência. Vale a gente olhar a cotação do dólar ante o euro, próximo à paridade – destaca o sócio e gestor da Galápagos, o Fábio Guarda.

Os preços para os contratos futuros do petróleo fecharam com fortes quedas nesta terça-feira, com o aumento da preocupação a respeito dos efeitos da desaceleração global para a demanda pela commodity.

O movimento foi intensificado pela valorização do dólar, que encarece a negociação do produto, e após o Citi estimar que os preços do petróleo podem cair para US$ 65 o barril até o final deste ano e para US$ 45 até o final de 2023, se ocorrer uma recessão que afete a demanda.

O contrato para setembro do petróleo tipo Brent caiu 9,45%, negociado a US$ 102,77, o barril.

Já o contrato para agosto do tipo WTI cedeu 8,23%, cotado a US$ 99,50. O WTI fechou abaixo dos US$ 100 pela primeira vez desde 11 de maio, segundo a Bloomberg.

A XP revisou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1,6% para 2,2% em 2022, citando a retomada mais forte do mercado de trabalho e estímulos fiscais adicionais no curto prazo. Para 2023, foi mantida a previsão de 0,5%.

” A atividade econômica segue refletindo a reabertura, a recuperação do mercado de trabalho, as reformas recentes e os impulsos fiscais de curto prazo”, destacam os analistas, em relatório.

A XP passou a estimar crescimento de 0,8% do PIB no segundo trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. No relatório de junho, a expectativa era de alta de 0,6%.

O Globo