Pacheco diz a Lula que não haverá golpe

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Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

Em um almoço, ontem, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reafirmou ao petista seu compromisso com a democracia, defendeu o processo eleitoral e enfatizou que o vencedor da disputa pelo Palácio do Planalto será empossado em 1º de janeiro. As declarações do senador ocorrem em meio às reiteradas tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar o sistema eletrônico de votação e das insinuações de que não aceitaria o resultado do pleito.

Além de Lula — líder das pesquisas de intenção de voto —, Pacheco recebeu, na residência oficial do Senado, o pré-candidato a vice na chapa petista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), e parlamentares de partidos aliados ao PT. O encontro serviu para que Pacheco e Lula se conhecessem pessoalmente.

Conforme relatos de parlamentares presentes à reunião, as conversas giraram em torno da preocupação com o futuro do Brasil, em especial o pleno funcionamento das instituições. Segundo ele, para Lula “não se trata apenas de ganhar as eleições, mas de resgatar o que já foi feito, sobretudo em relação à democracia”.

Senadores petistas relataram ao Correio que a declaração de Pacheco, na última segunda-feira, criou um mal-estar no partido, e “vários incêndios tiveram de ser apagados”. Na ocasião, o presidente do Senado cobrou responsabilidade de Lula e Bolsonaro na promoção da paz em meio à polarização política. O assunto surgiu em decorrência do assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), cometido pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho.

Pela manhã, Lula se reuniu com cerca de 150 parlamentares da coligação. O ex-presidente aproveitou para enfatizar que o Congresso precisa retomar a autonomia, segundo ele, perdida no governo Bolsonaro.

À tarde, Lula se encontrou com representantes da cultura do Distrito Federal, no teatro do hotel Meliá Brasil 21. O petista prometeu que o setor será uma das prioridades de seu eventual terceiro governo. Entre as primeiras medidas, segundo ele, estarão a recriação do Ministério da Cultura e a instalação, em cada capital, de um comitê estadual, voltado a colaborar com a pasta.

“É tão mais barato a gente atender 10 mil artistas reivindicando alguma coisa. É mais barato do que atender a um grande proprietário de terra, a um grande empresário pedindo financiamento no Banco do Brasil ou no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É mais barato e, quem sabe, produza muito mais coisas para este país”, frisou.

O ex-presidente prometeu, também, criar um orçamento participativo nacional. Por meio de um aplicativo, a sociedade poderá fazer demandas. “Se você tem dinheiro para fazer essa podridão, para fazer o orçamento secreto, por que não faz o orçamento público, à luz do dia, para que o povo conheça onde está o seu dinheiro?”, questionou. “Se eu voltar à Presidência da República, vou tentar fazer o orçamento participativo em nível nacional.”

Correio Braziliense