Autor da Carta Democrática diz que só é contra quem rejeita democracia

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Foto: Estadão

Um dos nomes à frente da organização da carta pela democracia organizada na Faculdade de Direito da USP, Luiz Antonio Marrey, procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, respondeu aos ataques feitos nesta terça-feira, 2, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A carta defende o regime democrático no Brasil, como existe hoje. Só pode ser contra uma manifestação em defesa da democracia quem possa ter hostilidade a essa forma de organização político constitucional”, disse Marrey ao Estadão.

Nesta terça-feira, Bolsonaro chamou de “sem caráter” e “cara de pau” os signatários da carta durante entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre. Mais de 660 mil pessoas assinaram o manifesto até agora. O texto defende a Justiça Eleitoral e o respeito ao resultado das eleições deste ano. Não há menção ao nome de Bolsonaro na carta.

“Vamos continuar a nossa jornada, nada vai nos desviar do caminho de defesa democrática”, afirma Marrey, que falou pelo grupo de organizadores do manifesto. “Já há mais de 660 mil assinaturas. Essas assinaturas existem por uma percepção da necessidade desta defesa. Portanto, quando qualquer pessoa defende a ditadura, a volta ao passado, a supressão de liberdades públicas, ou fica nervoso com esse tipo de manifestação, mostra que as pessoas estão justamente organizadas em defesa de um bem maior, que é o regime democrático no Brasil”, disse Marrey, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo e ex-secretário de Justiça do Estado.

Em entrevista ao Estadão na semana passada, o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, criticou os ataques que já vinham sendo realizados por Bolsonaro. “De ‘gripezinha’ a ‘cartinha’, querem diminuir o Brasil à condição de ‘paisinho’. Há dois dias ouvimos críticas inconsistentes à carta e vemos o número de adesões crescer de forma explosiva”, disse Campilongo na última quinta-feira, 28.

Ele também disse ao Estadão, na mesma entrevista, que não acreditava que os ataques ao processo eleitoral e à democracia cessariam diante da mobilização da sociedade civil.

Estadão