Como Barroso reagiu a Bolsonaro

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Foto: Marcos Corrêa/PR

Ao decidir prorrogar por mais 60 dias o inquérito da PF que investiga, com base nas informações da CPI da Covid-19 as ações de Jair Bolsonaro na pandemia, o ministro Luís Roberto Barroso acaba por contra-atacar o presidente. E da forma correta. Nos autos.

Nesta semana, Bolsonaro fez mais uma acusação infundada contra o magistrado, enquanto mirava também o seu colega de toga, Alexandre de Moraes – eterno alvo das investidas do presidente – e até o ministro Luiz Fux, com quem o político da extrema-direita tem uma relação mais cordial.

Mas, ao falar de Barroso, relacionou levianamente o magistrado à derrota que sofreu no Congresso com a PEC do voto impresso. É só mais capítulo de sua luta para manter de pé o factoide contra as urnas eletrônicas.

“Interferência política é crime previsto na Constituição. O Barroso é um criminoso, depois ele vai para o Reino Unido falando que queriam ressuscitar o voto de papel como antigamente. Barroso, você é um mentiroso, um mentiroso”.

É a eterna tentativa de Bolsonaro de tirar o foco daquilo que o tem consumido, inclusive nas pesquisas: o péssimo governo que fez durante os últimos três anos e oito meses em que exerce o cargo de chefe do Executivo.

Ainda que esteja se recuperando em alguns segmentos nos levantamentos eleitorais, após a PEC das bondades ou kamikaze, Jair Bolsonaro está mesmo é com medo de não ir aos segundo turno, e lutando para se manter na disputa, enquanto Lula o deixa comendo poeira.

Enquanto isso, Barroso, por sua vez, fez dois movimentos. Primeiro, respondeu educadamente à acusação de que tinha atuado politicamente contra Bolsonaro. E disse que o mentiroso era ele, o presidente.

“Mentir precisa voltar a ser errado de novo. Compareci à Câmara dos Deputados, como [chefe] do TSE, para debater o voto impresso, atendendo três convites oficiais. E foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores”.

Depois, nesta quinta-feira, 4, prorrogou a investigação que é um dos mais importantes calcanhares de Aquiles do mandatário: a série de erros, desatinos e crimes que ele cometeu contra a população brasileira na pandemia – especialmente aquela que atrasou em meses a chegada das vacinas.

Assim, com o inquérito em aberto, fica mais difícil esquecer – durante as eleições – a criminosa conduta do chefe de estado que mais negou a ciência durante a pior crise sanitária do ultimo século no mundo.

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