Confira o patrimônio dos presidenciáveis

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Foto: Reprodução /Portal Correio

Os oito candidatos à Presidência da República que já registraram suas candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declararam, no total, quase R$ 55 milhões em patrimônio. O líder das pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem o terceiro maior patrimônio do grupo, com R$ 7,4 milhões.

O mais rico até aqui é Felipe d’Ávila (Novo), que registrou R$ 24,6 milhões. Ele é seguido por Pablo Marçal (Pros), com patrimônio de R$16,9 milhões. Marçal, no entanto, não deve levar a sua candidatura adiante porque seu partido negocia apoio ao petista ainda no primeiro turno.

De acordo com os dados disponíveis para consulta, Ciro Gomes (PDT) tem o quarto maior patrimônio da lista, com um pouco mais que R$ 3 milhões. A quinta posição é de Simone Tebet (MDB), com R$ 2,3 milhões. Também foram registradas as candidaturas de Sofia Manzano (PCB), com R$ 498 mil, Vera Lúcia (PSTU), com R$ 8.805,00, e Léo Pericles (UP), que registrou apenas R$ 197,31.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e os pré-candidatos Soraya Thronicke (UB), Eymael (DC) e Roberto Jefferson (PTB) ainda não registraram suas candidaturas de forma oficial, sendo impossível checar os dados. Com o fim do período de convenções partidárias, as siglas têm até 15 de agosto para solicitar ao TSE a oficialização de seus candidatos nas eleições de outubro.

Confira a lista
1º Felipe d’Ávila (NOVO) – R$24.619.627,66

2º Pablo Marçal (PROS) – R$16.942.541,15

3º Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – R$7.423.725,78

4º Ciro Gomes (PDT) – R$3.039.761,97

5º Simone Tebet (MDB) – R$2.323.735,38

6º Sofia Manzano (PCB) – R$498.000,00

7º Vera Lúcia (PSTU) – R$8.805,00

8º Léo Pericles (UP) – R$197,31

Os R$ 7,4 milhões registrados na candidatura de Lula são menores do que os quase R$ 8 milhões informados à Justiça Eleitoral em 2018, quando o petista apresentou seu nome para a disputa presidencial, mas foi impedido de concorrer por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa – preso à época, ele foi substituído por Fernando Haddad (PT). Corrigido pela inflação, o montante chega a R$ 10,2 milhões pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Neste ano, o bem de maior valor declarado por Lula é uma aplicação de R$ 5.570.798,99 em Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), um tipo de previdência privada. O ex-presidente disse também ser proprietário de três apartamentos, um de R$ 94 mil e dois de R$ 19 mil. Ele possui outros três terrenos, de R$ 265 mil, R$ 130 mil e R$ 2,7 mil, e dois veículos nos valores de R$ 48 mil e R$ 85 mil.

O ex-presidente listou R$ 179 mil e R$ 250 mil em “outros bens e direitos”, dois créditos decorrentes de empréstimo de R$ 200 mil e R$ 50 mil e um depósito bancário em conta corrente no País de R$ 18 mil. Além disso, relatou uma aplicação de renda fixa de R$ 185 mil e uma construção de R$ 246 mil.

Vice na chapa com Lula, Geraldo Alckmin (PSB) declarou ter R$ 1 milhão em bens. O ex-governador de São Paulo relatou ser proprietário de um apartamento no valor de R$ 323.806,02 e ter um investimento em VGBL de R$ 314.863,23. Ele também listou como bens uma casa de R$ 52 mil, investimento de R$ 172 mil e dois terrenos, de R$ 110 mil e R$ 30 mil.

Em sua quarta disputa presidencial, o ex-ministro Ciro Gomes declarou ter um montante de R$ 3,04 milhões em bens ao TSE. Em comparação com o patrimônio informado nas eleições de 2018, houve um crescimento de 42%, corrigindo os valores pelo IPCA. Em valores nominais, sem considerar a inflação, o patrimônio de Ciro cresceu 80% – o valor informado por ele na época foi de um patrimônio de R$ 1,7 milhão.

Nesta terça-feira, 9, o TSE aprovou os gastos de campanha da chapa de Ciro e de Kátia Abreu (PP) nas eleições de 2018. O placar foi de 6 votos a 1. Apenas o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, votou pela reprovação das contas. Ao final do julgamento, a prestação foi aprovada com ressalvas. Mas, pelos cálculos dos ministros, a chapa deverá devolver R$ 348 mil aos cofres públicos. O valor é referente a gastos com advogados, impulsionamento de publicações nas redes sociais e recebimento indireto de doações por fonte vedada.

A senadora Simone Tebet pediu o registro de sua candidatura à Presidência da República na noite de sábado, 6, com a também senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) como vice na chapa. Tebet informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 2,3 milhões, que inclui sete apartamentos, duas casas e quatro terrenos, além de depósitos bancários em conta corrente no País.

A candidata emedebista é apoiada por três partidos: Podemos, PSDB e Cidadania, partido que formou uma federação com os tucanos. O MDB aprovou o nome de Tebet ao Palácio do Planalto em convenção realizada no dia 27 de julho. Foram 262 votos a favor e 9 contra, após uma série de tentativas da ala “lulista” da legenda de impedir o lançamento da candidatura.

Com 52 anos, Tebet vai disputar a Presidência pela primeira vez. Antes de assumir uma cadeira no Senado em 2014, foi deputada estadual em Mato Grosso do Sul, de 2003 a 2005, prefeita de Três Lagoas (MS), de 2005 a 2010, e vice-governadora do Estado, de 2011 a 2015. No ano passado, a parlamentar se destacou em seus discursos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investigou ações e omissões do governo na pandemia.

Apesar de ter o apoio do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, Tebet enfrentou a resistência da ala do partido que prefere apoiar o ex-presidente Lula no primeiro turno. A avaliação desse grupo, liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), é que uma candidatura pouco competitiva pode prejudicar os candidatos da sigla nos Estados e levar a uma redução da bancada de deputados federais no ano que vem. Atualmente, a legenda tem 37 assentos na Câmara. No levantamento mais recente do Datafolha, divulgado em 28 de julho, Tebet aparece com 2% de intenção de voto.

A candidata a vice, Mara Gabrilli, declarou um patrimônio de R$ 12,9 milhões, que inclui um apartamento, um terreno, um veículo automotor, além de aplicações e investimentos.

Como mostrou o Estadão, o TSE reduziu a transparência na divulgação dos dados dos candidatos da eleição deste ano. A Corte deixou de exigir dos políticos o detalhamento de seus bens, o que impede o eleitor de conhecer minúcias sobre o patrimônio dos que disputam uma vaga nos legislativos estaduais e no Congresso e também os cargos para governador e presidente da República.

Pela nova regra, o candidato só precisa informar genericamente que tem uma casa ou um veículo, sem indicar o tipo de imóvel ou o modelo do carro. Associações e entidades que defendem a ampla transparência nas informações públicas temem que a Justiça Eleitoral amplie as restrições no período em que os candidatos terão de apresentar a prestação de contas das campanhas.

O TSE argumenta que a atual mudança na descrição dos bens e a eventual alteração na prestação de contas se amparam em interpretações mais amplas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que tem o objetivo original de proteger as informações dos cidadãos.

Estadão