Lula está bombando até entre conservadores

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

As pesquisas estaduais do Ipec mostram, no cenário da eleição presidencial, força do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mesmo em redutos conservadores. É o caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, onde Lula consegue 40% das intenções de voto, ante 35% atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro. Na disputa pelo governo estadual, o candidato petista Edegar Pretto conta apenas com 7%.

A força de Lula também é desproporcional em Minas Gerais, onde atinge 42%, ante 29% de Bolsonaro. O apoiado de Lula no plano regional, Alexandre Kalil (PSD), não conta com mais de 22%.

Estes resultados indicam que as eleições não estão resolvidas inteiramente, já que muito provavelmente Kalil e Pretto vão crescer à medida que a campanha avançar e também a associação entre os palanques estaduais e nacional.

No caso do Rio Grande do Sul, sobretudo quando se projeta o que se pode esperar de um segundo turno, deverá existir uma aproximação entre Lula e o tucano Eduardo Leite, primeiro colocado na corrida, por uma questão de sobrevivência do último, já que o rival no segundo turno gaúcho deverá ser um bolsonarista. De acordo com o Ipec, seria Onyx Lorenzoni, do PL.

Em São Paulo, dá-se o oposto: caso o governador Rodrigo Garcia (PSDB) chegue ao segundo turno, ele tende a naturalmente aproximar-se Bolsonaro, já que o rival deve ser o petista Fernando Haddad. Garcia apareceu com apenas 9%, mas em situação de empate técnico com Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 12%. Tanto Lula quanto Haddad experimentam percentuais próximos do teto histórico do PT no estado tanto no nível estadual quanto no presidencial. Lula fica com 43% e Haddad, com 29%.

Em Pernambuco, onde a dianteira de 63% de Lula na presidencial tornam o ambiente bem adverso para o bolsonarismo, o palanque de Bolsonaro caminha por gravitação para receber Raquel Lyra (PSDB), Anderson Ferreira (PL) ou Miguel Coelho (União Brasil), todos empatados em torno de 10%. Mas é possível inclusive que Bolsonaro fique sem nenhuma opção por lá, caso Danilo Cabral (PSB) reaja. Se Cabral for para o segundo turno, Marília e ele disputarão quem será o ponto de referência para o lulismo em Pernambuco.

Por fim, o Rio de Janeiro mostra um cenário de absoluto equilíbrio e elevada imprevisibilidade entre o bolsonarismo e o lulismo tanto no plano local quanto no presidencial. Lula bate Bolsonaro por apenas quatro pontos percentuais de diferença (41% a 37%) e esta também é a diferença entre Marcelo Freixo (PSB) e Cláudio Castro (PL). O último lidera por 21% a 17%.

Valor Econômico