Ricaço do Novo quer ser presidente

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Foto: Reprodução

O candidato mais rico na disputa pela Presidência da República é o cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo), com R$ 24,7 milhões de bens declarados à Justiça Eleitoral, e o mais pobre é Léo Pericles (UP), técnico de mecânica que mora em uma ocupação popular e declarou apenas R$ 197 de uma caderneta de poupança. O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ter aumentado seu patrimônio em apenas R$ 30 mil desde que foi eleito e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma redução de bens com a parte inventariada do espólio de Marisa, mulher do petista que morreu em 2017.

Os dados são das declarações de bens entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) junto com o registro das candidaturas. Diferentemente de anos anteriores, onde havia detalhes sobre os investimentos, imóveis e empresas, este ano o eleitor está privado de informações mais detalhadas sobre o patrimônio dos candidatos porque o TSE interpretou que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, proíbe a divulgação. A mudança impede que o eleitor saiba quais tipos de bens e interesses privados têm os candidatos.

O presidenciável com maior variação do patrimônio entre aqueles milionários é Ciro Gomes (PDT). Ele disse possuir R$ 3 milhões, valor 80% superior ao declarado nas eleições de 2018, sem considerar a variação da inflação. A principal diferença está na quantia de R$ 1 milhão declarada pelo candidato como um “crédito decorrente de alienação”, ou veja, um valor a ser recebido por algo que ele vendeu. Assim como em 2018, Ciro declarou ser dono de duas casas, dois apartamentos e dos veículos.

Bolsonaro declarou que ficou cerca de R$ 30 mil mais rico desde 2018, apesar de, no período, ele ter acumulado o salário de R$ 30 mil como presidente a aposentadoria de R$ 11 mil como militar. O patrimônio declarado por ele subiu de R$ 2,2 milhões há quatro anos para R$ 2,31 milhões. Ele disse ter R$ 591 mil na poupança e R$ 316 mil parados em três contas bancárias. Nesse período, ele também teria se desfeito de quatro veículos que, juntos, valiam R$ 330 mil e hoje possui apenas um, no valor de R$ 26,5 mil. Em relação a imóveis, disse possuir as mesmas cinco propriedades do início do mandato, no total de R$ 1,3 milhão.

Os valores declarados pelos candidatos não representam, entretanto, o real preço de mercado das casas e apartamentos porque a regra do TSE e da Receita Federal é declarar o valor de compra, sem atualização. Bens adquiridos há muitos anos, portanto, acabam subvalorizados no registro das candidaturas.

à Justiça EleitoralLula declarou R$ 7,4 milhões em bens, menos do que há quatro anos, quando concorreu mesmo preso e teve a candidatura indeferida pela Justiça. A queda se refere ao inventário de sua mulher, que morreu em 2017, o que fez com que o valor dos imóveis, terrenos e carros caísse à metade na declaração. Se eles tivessem mantido o mesmo valor, o petista teria R$ 8,1 milhões, um pouco a mais do que em 2018.

O ex-presidente é dono de três apartamentos (comprados antes de chegar à Presidência), três terrenos (dois deles adquiridos s em 2016), dois carros, R$ 5,5 milhões em previdência privada, R$ 212 mil em investimentos e uma empresa (a L.I.L.S. Palestras), de acordo com a declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral. Além disso, possui um crédito pela devolução de um apartamento à Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), um empréstimo para um dos filhos, Sandro, de R$ 50 mil, e outro empréstimo mais recente, de R$ 200 mil – a declaração não diz para quem. Em 2006, quando disputou a reeleição, ele registrou patrimônio de R$ 839 mil.

A senadora Simone Tebet (MDB) informou a Justiça Eleitoral ter R$ 2,3 milhões em bens, aproximadamente R$ 748 mil a mais do que o declarado em 2014 (R$ 1,5 milhão), quando foi eleita para o Senado – ela não participou das eleições em 2018. O acréscimo ocorreu a partir da aquisição de novos imóveis. Em 2014, ela dizia ser dona de dois apartamentos, cinco casas (entre R$ 36,7 mil e R$ 150 mil) e quatro terrenos, sendo um deles, de R$ 457 mil, seu bem de maior valor. Na declaração mais recente, ela afirmou ter sete apartamentos, sendo R$ 310 mil o de maior valor e outros cinco de R$ 200 mil cada. As casas passaram a ser apenas duas, de R$ 69,3 mil e R$ 52 mil, mesmos valores declarados em 2014. A senadora afirma ter ainda R$ 59,2 mil em banco.

Além deles, também concorrem a economista e professora Sofia Manzano (PCB), que declarou patrimônio de R$ 498 mil, e Vera Lúcia (PSTU), com R$ 8,8 mil na poupança. A senadora Soraya Thronicke (União) e os presidentes do PTB, Roberto Jefferson, e do DC, José Maria Eymael, foram lançados candidatos à Presidência, mas ainda não registraram as candidaturas e, portanto, não entregaram a declaração de bens. O “coach” Pablo Marçal (Pros) informou R$ 16,9 milhões de patrimônio. O Pros, contudo, vive uma disputa de comando e a nova direção retirou a candidatura dele para apoiar Lula.

Valor Econômico