Estudo diz que polícia brasileira persegue negros

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Foto: Victor Moriyama/Getty Images

No último ano, a cada 100 pessoas mortas pela polícia, em sete estados brasileiros, 86 eram negras. Esse dado é apontado no estudo “Pele alvo: a cor que a polícia apaga”, lançado pela Rede de Observatórios de Segurança, na quinta-feira, 17, o qual analisou estatísticas de São Paulo, Piauí, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Ceará e Maranhão. Os números levantados mostram que, todos os dias, ao menos cinco pessoas negras são mortas por policiais nessas localidades. Em todas elas, a porcentagem de negros mortos é maior que o percentual de negros na população, evidenciando quem é principal “alvo” da violência policial.

Pablo Nunes, mestre em Ciências Sociais pela UERJ, ressalta a constância nas agressões dos policiais como um fator predominantemente racista. “As polícias se colocaram de maneira descolada da nossa sociedade. Junto a isso, as agendas de segurança pública dos governos não atingiram o seu ideal, gerando a repetição dos números. Essa redundância das agressões contra os negros é o que mais assusta”, reitera o pesquisador da Rede de Observatórios de Segurança.

A polícia do Rio de Janeiro é a mais letal do país, com uma morte de negro provocada pela polícia a cada nove horas. Em termos de comparação, São Paulo, estado mais populoso do Brasil, registra uma morte de pessoa negra provocada pela polícia a cada dois dias. O estudo denuncia subnotificação, devido a omissão de dados do governo do Maranhão, por não acompanhar a cor das vítimas.

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