Padre escondeu 400 terroristas em igreja

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Foto: Luís Nova/Especial Metrópoles

O padre Geraldo Gama, da Capela Santa Luzia (Cidade Estrutural), abrigou bolsonaristas que saíram do Quartel-General do Exército, em Brasília. No início desta semana, o homem estava na frente da Academia da Polícia Federal para tentar conversar com os manifestantes e oferecer lugar na igreja onde congrega.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (13/1) nas redes sociais, Gama agradeceu a “generosidade e solicitude a todos que ajudaram a acolher os patriotas que foram detidos e soltos pela PF”. O padre comentou que a igreja recebeu mais de 400 pessoas, que foram “presos pela PF, humilhados e despejados na madrugada de terça-feira”.

“Muitos estavam em jejum, sem dinheiro, documentos ou celulares para retornarem aos seus estados de origem. Amanhã [sábado] o último grupo estará voltando ao estado de origem. Graças a Deus não nos faltaram voluntários e ajuda material para alimentação e para compra de passagens. Portanto, no momento, não precisamos de mais doações e voluntários”, afirmou o padre.

“Há um grande número de pessoas de bem presas injustamente. Assim, rezemos ao Nosso Deus de Misericórdia e Justiça que fortaleça essas pessoas e as liberte do mal, oferecendo nossos sacrifícios e jejuns.”

De acordo com os moradores da região, que preferiram não ter o nome citado na reportagem, a igreja é sempre movimentada, geralmente por eventos comunitários. No entanto, desde a madrugada de segunda (9), o templo apresentou uma movimentação atípica. No início de terça-feira (10), o local passou a receber carros e ônibus de turismo.

Ainda de acordo com residentes da região, o pátio da igreja tinha várias pessoas vestindo camisas com as palavras “Deus”, “pátria” e “família”. Muitos carregavam Bandeiras do Brasil, malas e mochilas.

Por volta das 8h30 de terça (10), relataram ter visto um ônibus turístico estacionado em frente ao local. Carros com alimentos também movimentaram a área.

O Metrópoles entrou em contato com o padre Geraldo Gama por diversas vezes, mas não houve resposta. O telefone da igreja também não foi atendido. Por fim, a reportagem foi ao local, mas funcionários não quiseram dar entrevista e impediram a entrada. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, na última terça (10/1), a corporação foi informada de que a igreja estava abrigando bolsonaristas e um ônibus. O veículo, de acordo com a PCDF, era um dos alvos de apreensão ordenados pelo STF.

Ao chegar à paróquia, a PCDF confirmou a denúncia. A Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) fez o monitoramento e, quando o ônibus saiu com 13 bolsonaristas em direção a São Paulo, o veículo foi apreendido.

Os passageiros foram detidos e, após prestaram depoimentos, foram liberados. Parte pela PCDF, parte pela Polícia Federal.

“A PCDF já identificou quem financiou esse ônibus”, informou a corporação, acrescentando que as responsabilidades de cada participante nos atos do último domingo será apurada.

Metrópoles