A ruralistas, Bolsonaro pede garimpo em terras indígenas
Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro recebeu dezenas de representantes da bancada ruralista nesta quarta-feira e pediu envolvimento para a aprovação do projeto que regulamenta a mineração, produção de petróleo, gás e geração de energia elétrica em terras indígenas.
Ao deixar o Palácio do Planalto, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), Alceu Moreira (MDB-RS), argumentou que a medida é importante para legalizar atividades que, na prática, já existem. PUBLICIDADE Ads by Teads Bolsonaro critica reservas indígenas ao lançar conselho da Amazônia
“Quando se fala em regularização, estamos querendo legalizar o que em grande parte já existe. Já estão garimpando e tomando nossas riquezas com muitos outros interesses, sem pagar um centavo de imposto e causando grandes problemas”, argumentou Moreira.
Segundo o deputado, a Embrapa possui tecnologia que permite a gestão legalizada das áreas indígenas. Questionado sobre as resistências ao tema no Congresso, inclusive do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Moreira ponderou que o projeto não irá gerar consenso, mas acredita que é possível viabilizar a votação quando o assunto estiver “maduro”.
O café da manhã com a bancada ruralista ocorre no momento em que líderes do setor defendem mais celeridade em pautas do agro, como o perdão de dívidas do Funrural. O tema está sendo conduzido pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também participou da reunião.
Apesar das reclamações internas, o presidente da FPA relativizou a demora na condução de assuntos do setor pelo governo.
“O presidente [Bolsonaro] tem vontade de fazer [andar os projetos do agro], mas temos outros setores, como MP [Ministério Público] e Judiciário, com outras relações de poder e ângulos de visão distintos”, justificou. “Se fizer um decreto e ele atender de maneira voluntarista o que nos interessa, ele pode cair no primeiro recurso, então é preciso fazer de maneira amadurecida”.