Bolsonaro decide prorrogar uso da GLO no Ceará
Foto: Jorge William/Agência O Globo
O governo federal decidiu prorrogar a operação da Garantia de Lei e da Ordem (GLO) no Ceará, realizada devido ao motim de policiais. A presença das Forças Armadas no estado, que se encerraria nesta sexta-feira, deverá ser ampliada por oito dias, até o dia 7 de março. A decisão foi tomada na manhã desta sexta-feira, em uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com sete ministros, entre eles Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Sergio Moro (Justiça).
O decreto permitindo o emprego das Forças Armadas foi assinado por Bolsonaro no último dia 20. Na véspera, o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) havia sido baleado ao tentar furar um bloqueio de policiais com uma retroescavadeira.
Caso a GLO não fosse prorrogada, governadores de seis estados estavam se mobilizando para mandar forças de seguranças ao estado. Participavam do movimento São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Bahia, Maranhão e Pará, segundo a assessoria de imprensa do governador Flávio Dino (Maranhão).
Na quinta-feira, Bolsonaro afirmou que o decreto de GLO não serve para atender “eternamente” a um ou mais governadores.
— GLO no Ceará vence amanhã, os oito dias da GLO, e a gente espera que o governador resolva esse problema da PM do Ceará e bote um ponto final nessa questão, porque GLO não é para ficar eternamente atendendo um ou mais governadores. GLO é uma questão emergencial — declarou o presidente, em transmissão ao vivo pelo Facebook.
Na manhã desta sexta-feira, em meio à dúvida se o presidente iria ou não prorrogar a operação, governadores de seis estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Bahia, Maranhão e Pará — se mobilizaram para enviar forças de seguranças ao Ceará, caso as Forças Armadas saíssem do estado.
A comissão formada por membros dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário para tentar um acordo com os policiais amotinados informou hoje que está descartada a possibilidade de anistia. Ontem, os amotinados divulgaram uma lista de reivindicações para acabar com a paralisação que já dura onze dias. Além da anistia, os agentes pedem também reajuste salarial e recebimento de adicionais noturno, de insalubridade e por risco de vida.