Briga de Witzel e Bolsonaro ameaça o Rio
Foto: Marcos Corrêa / Presidência da República
Os desentendimentos entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, dividiram o bloco conservador na Assembleia Legislativa do estado. O perigo é extrapolar o campo da política. As contas do estado não recomendam a Witzel subir o tom contra o presidente. O Rio de Janeiro está em Regime de Recuperação Fiscal, pelo qual se compromete com uma série de medidas e restrições para receber ajuda do Tesouro Nacional.
Uma dessas medidas é a venda da Cedae. Mas em janeiro, o Conselho de Supervisão do Acordo de Recuperação Fiscal concluiu que, no ano passado, o governo do estado não cumpriu as medidas necessárias para a segunda fase da privatização, em que se definiria o plano de negócios e a responsabilidade da empresa que comprar a companhia. Sem a venda, são incertos os investimentos para melhorar um serviço que, neste verão, se tornou sinônimo de água com mau cheiro, retirada de rios poluídos e sem tratamento adequado.
Na política, os pedidos de CPI na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro mostram a divisão do PSL depois do rompimento de Bolsonaro e Witzel. Um deles é assinado pelo oposicionista Luiz Paulo (PSDB) e por Alana Passos, que faz parte do grupo de deputados do PSL aliado do presidente. O outro é de Rodrigo Amorim, pertencente à minoria de deputados do PSL que manteve o apoio a Witzel. O pedido de Amorim foi feito por orientação do governador, para evitar uma CPI dominada pela oposição.