Centrão teme Lula X Bolsonaro em 2022
Foto: André Coelho / Agência O Globo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a união do “centro” em torno de um único nome para disputar a eleição presidencial de 2022 e citou como possíveis candidatos do campo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o apresentador de TV Luciano Huck (sem partido) e o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT). Em entrevista à Globo News na noite desta quarta-feira, ele disse que, caso isso não aconteça, o pleito certamente será disputado pelo atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e um candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
— Eu acho melhor nome do centro é a unificação do centro. Esse é o melhor nome. Se ninguém tiver capacidade de unificar o centro, significa que o centro estará fora do segundo turno. Isso serve pro Doria, pro Luciano Huck, pro Ciro Gomes, serve para todos que estão nesse campo aqui de centro-esquerda até centro-direita, no meu ponto de vista. Se não unificar isso aqui, vai dar certamente Bolsonaro de um lado e o candidato do Lula do outro.
Questionado sobre a citação a Ciro Gomes como candidato de centro e lembrado de que o DEM conversa com o PDT, partido do ex-governador, que apoiava Lula, Maia disse achar que a união é factível.
— Minha primeira filiação partidária foi no PDT. Eu tinha uma foto do [Leonel] Brizola [ex-governador do Rio] no meu… Depois eu caminhei mais para a direita, mas tenho grandes amigos e ganhei grande admiração pelo PDT. Acho que é uma partido que tem uma ótima imagem, se manteve fiel à defesa das suas posições. É de centro-esquerda. Eu acho que o Ciro Gomes tem que estar aqui com a gente — declarou o presidente da Câmara.
Apontando que ganha a eleição quem tem mais voto, ele argumentou que “quem não agrega, está fora” e, portanto, não adianta o governador Doria vir forte em São Paulo, mas dividido com Bolsonaro, Luciano Huck ter uma entrada boa no Nordeste, mas dividir a votação na região com Ciro, por exemplo.
— Esse campo aqui tem que ter a coragem de começar a conversar — comentou.
Maia disse ainda que já fez ao presidente do PDT, Carlos Lupi, a proposta de começar a fazer eventos para discutir temas polêmicos e teses em que haja divergência entre os respectivos partidos. Para ele, o debate entre as forças do campo é que vai gerar a possibilidade de o centro ter chance de crescer nas próximas eleições.