Huck elege desigualdade como plataforma política

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Foto: Reprodução

O empresário e apresentador de TV Luciano Huck voltou a defender o surgimento de novas lideranças para a superação da desigualdade social no Brasil. Potencial candidato à presidência em 2022, Huck elegeu a desigualdade como o “maior obstáculo ao progresso do Brasil” em artigo publicado nesta quarta-feira, 5, no site Project Sydicate, no qual afirmou que o País precisa de uma “ampla coalizão política para conter a desigualdade, tomando emprestadas as melhores idéias da esquerda e da direita”.

“Pureza ideológica e políticas desinformadas não resolverão os problemas mais prementes do Brasil. Além disso, precisamos de políticos e funcionários públicos qualificados técnica e eticamente para o trabalho. Mas não podemos esperar que os formuladores de políticas tenham sucesso sem ajuda externa”, disse o apresentador, ressaltando que os governos posteriores à redemocratização, em 1985, “domaram” a inflação, aumentaram a assistência social e “até reduziram a probeza”, mas a desigualdade permaneceu alta.

Para superar a desigualdade – “ligada ao legado brasileiro de colonialismo” -, Huck destacou a necessidade de investimentos na educação e mudanças na forma como os impostos são cobrados no Brasil.

“O principal culpado é um sistema regressivo de impostos e subsídios que beneficiam desproporcionalmente pessoas mais ricas como eu. O Brasil possui baixas taxas de imposto de renda e de propriedade em relação a outros países da OCDE, mas impõe um bando de impostos indiretos sobre os pobres”, escreveu.

Para Huck, o Brasil precisa “desesperadamente” melhorar a eficácia de suas escolas públicas. “Em vez de construir novas instalações, devemos encontrar maneiras de gastar com mais eficiência, com foco na formação de professores e desenvolvimento de carreira, educação infantil e currículos para o século XXI. Melhorias recentes nos resultados educacionais no Ceará, Piauí e Espírito Santo mostram que é possível um rápido progresso”, defendeu.

No artigo, o apresentador afirmou que as eleições presidenciais de 2018 que levaram Jair Bolsonaro e “seu governo de extrema direita” ao poder revelaram a “extensão da polarização e insatisfação entre o eleitorado”. “Exaustos pela corrupção generalizada e pela estagnação econômica, os brasileiros votaram a favor da mudança”, analisou.

Se colocando como parte da renovação que considera necessária, o apresentador destacou seu envolvimento em grupos de renovação política como o RenovaBR e o Agora, que ajudou a fundar. No começo deste ano, Huck se encontrou com o também possível presidenciável Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão. Dino também é um defensor de uma “frente ampla” de centro, capaz de derrotar a direita representada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Estadão