Paralisação no Ceará deixa 43 policiais presos
Foto: Jarbas Oliveira / Agência O Globo
A secretaria de Segurança Pública do estado do Ceará informou que 43 policiais militares foram presos até a madrugada desta terça-feira por participação no motim e abandono do serviço militar. Outros quatro PMs já haviam sido presos na semana passada. Três deles foram autuados pelo crime de motim, na última terça-feira, depois de serem flagrados esvaziando pneus de viaturas. Os militares estavam armados no momento das prisões. Um quarto PM foi autuado em flagrante, na madrugada da última quinta-feira, pelo crime de incêndio.
Outros 168 policiais militares foram afastados por participação no motim. Entre eles, o ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante — CE) por “incapacidade moral” de permanecer “nos quadros” da segurança pública. Sabino é apontado como líder do motim.
Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do estado do Ceará criaram uma comissão formada por representantes de cada poder para buscar uma solução para encerrar a paralisação de parte dos policiais militares, que entrou no seu nono dia nesta quarta-feira. O Ministério Público do Ceará também participa do grupo, que será acompanhado pelo Exército Brasileiro.
Desde o início da paralisação, 170 homicídios foram registrados no estado até esta terça-feira, segundo informações da secretaria de Segurança Pública do estado. Os chamados Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) englobam os casos que se enquadram como homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.
Apesar do significativo aumento do número de crimes violentos registrados na última semana no Ceará, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que não há “situação de absoluta desordem nas ruas”. Ele e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, visitaram o Ceará nesta segunda.