Bolsonarismo derrete nas redes sociais
Foto: CAROLINA ANTUNES/PR
Um estudo elaborado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que desde a última quinta-feira, 12, a base pró-Bolsonaro no Twitter perdeu metade do espaço na rede no debate sobre coronavírus. O grupo que no último dia 12 reunia 12% das interações, caiu para 6,5% de participação até esta terça-feira, 17.
Houve também crescimento dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, com posicionamentos em defesa de esforços pragmáticos para a redução do impacto futuro da pandemia no Brasil. A pesquisa identifica que Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia foram os principais influenciadores entre os parlamentares brasileiros sobre o coronavírus no período.
O monitoramento demonstra que a maior parte das interações sobre a doença, com 66,7% do total, foge da polarização. O núcleo ganhou força com influenciadores digitais e celebridades enfatizando cuidados com a saúde, mensagens de humor de tom informativo e repercussão de casos internacionais de pessoas infectadas. No entanto, nesse grupo há comentários negativos sobre o presidente Jair Bolsonaro.
Há ainda 20,6% das interações em articulação a partir de perfis partidários de esquerda, com foco crítico na postura do presidente e no debate político e econômico sobre SUS, recursos públicos e proteção a populações vulneráveis.
A FGV também analisou conteúdos no YouTube e no WhatsApp e verificou crescimento de teorias da conspiração. Segundo a pesquisa vídeos apócrifos e que rejeitam a gravidade do coronavírus estão com pouco impacto nas redes sociais brasileiras, mas entre grupos de debate político no WhatsApp segue o compartilhamento de publicações que divulgam notícias falsas sobre curas, mortalidade e o alcance da pandemia. A FGV ainda atribui ao engajamento de parlamentares pró-governo parte deste conteúdo.