Brasil já tem 621 casos de coronavírus
Foto: EPA
O Ministério da Saúde divulgou, na noite de quarta-feira (18/03), que há 428 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil.
Há casos confirmados em São Paulo (286), Rio de Janeiro (65), Distrito Federal (42), Bahia (30), Minas Gerais (29), Rio Grande do Sul (28), Pernambuco (28), Paraná (23), Santa Catarina (20), Ceará (20), Goiás (12), Espírito Santo (11), Mato Grosso do Sul (7), Sergipe (6), Alagoas (4), Acre (3), Amazonas (3), Rio Grande do Norte (1), Paraíba (1), Tocantins (1) e Pará (1).
Seis mortes foram confirmadas em razão do novo coronavírus, sendo quatro em São Paulo e duas no Rio de Janeiro.
Desde a semana passada, o Ministério da Saúde relata que há casos de transmissão comunitária do vírus no país — foram confirmados casos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina e no Distrito Federal.
A transmissão comunitária ocorre quando há casos em que não é mais possível identificar a cadeia de infecção. Isso significa que o vírus está circulando livremente na população. Até então, só havia registros de casos importados ou de transmissão local, em que é possível identificar a origem da infecção.
De acordo com uma análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) baseada no estudo de 56 mil pacientes, 80% dos infectados desenvolvem sintomas leves (febre, tosse e, em alguns casos, pneumonia), 14% sintomas severos (dificuldade em respirar e falta de ar) e 6% doença grave (insuficiência pulmonar, choque séptico, falência de órgãos e risco de morte).
Nos casos importados, os pacientes se infectaram em viagens ao exterior. Nos casos de transmissão local, os pacientes se infectaram pelo contato próximo com casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus.
Na noite de sexta-feira (13), foi publicada em edição extra do Diário Oficial uma Medida Provisória (MP) da presidência que abre crédito extraordinário de cerca de R$ 5 bilhões em favor dos ministérios da Saúde e Educação para o enfrentamento ao coronavírus. Sendo uma MP, a matéria entra em vigor no momento da publicação, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias — caso contrário, perde a validade.
Mais cedo, em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde anunciou uma série de recomendações gerais para municípios e Estados, e também propostas direcionadas para as cidades onde há casos de transmissão local e comunitária. A pasta afirmou que, sem a adoção destas medidas, o número de casos pode dobrar a cada três dias.
Entre as propostas para lugares com transmissão local e comunitária, está a redução do contatos social de idosos e doentes crônicos; cancelamento de eventos em locais fechados com mais de cem pessoas ou realização destes sem público; antecipação das férias nas instituições de ensino; e quarentena se a ocupação dos leitos de UTI destinados ao tratamento da covid-19 atingir 80%.
“Nos países que estão enfrentando este problema, a adoção destas medidas não farmacológicas reduziu a velocidade de transmissão e retardou o pico da epidemia, dando melhores condições para que os serviços de saúde impactados pelo aumento da demanda possam se recuperar”, disse Oliveira.
O secretário destacou ainda que os gestores de saúde locais devem avaliar se e como adotarão estas medidas, de acordo com a evolução do número de casos em suas cidades e Estados.
Em todo o país, os estados adotaram medidas para atender as recomendações do ministério. Passaram a ser proibidos eventos de lazer, culturais e esportivos para evitar aglomerações.
Diversas universidades e escolas pelo país suspenderam suas atividades nas redes públicas e particulares. Elas devem ser retomadas a partir do momento em que a situação da pandemia melhorar.
Também foram suspensas as visitas a pacientes internados por causa do novo coronavírus em hospitais públicos e privados e a detentos de unidades prisionais, assim como o transporte de presos para a realização de audiências.
Ainda haverá uma redução do atendimento ao público nas repartições públicas.
Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, que já chegou a 118 países e a todos os continentes, exceto a Antártida, e infectou mais de 125 mil pessoas, levando cerca de 4,6 mil delas à morte.
“Os números de casos, de mortes e o número de países afetados deve ser ainda maior nos próximos dias e nas próximas semanas”, diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao anunciar a declaração de pandemia.
Ghebreyesus afirmou ainda que a OMS está “profundamente preocupada” com o níveis “alarmantes” de disseminação da doença e de “inação”, mas que o fato de o surto global ter evoluído para uma pandemia não significa que seja impossível reverter a situação atual.
A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem por causa da Covid-19, a doença causada por este vírus. Mas especialistas estimam que essa taxa de letalidade gire em torno de 2% ou menos.
O Ministério da Saúde informou que estudos apontam que 90% dos casos do novo coronavírus apresentam sintomas leves e podem ser tratados nos postos de saúde ou em casa.
Mas, entre aqueles que são hospitalizados, o tempo de internação gira em torno de três semanas, o que gera um impacto sobre os sistemas de saúde, de acordo com a pasta, já que os leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI) ficam ocupados por um longo tempo. Por isso, o governo vai buscar ampliar o número de leitos de UTI disponíveis.
O primeiro registro do coronavírus no Brasil foi em 24 de fevereiro. Um empresário de 61 anos, que mora em São Paulo (SP), foi infectado após retornar de uma viagem, entre 9 e 21 de fevereiro, à região italiana da Lombardia, a mais afetada do país europeu que tem mais casos fora da China.
De acordo com o Ministério da Saúde, o empresário de 61 anos tinha sintomas como febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Parentes dele passaram a ser monitorados. Dias depois, exames apontaram que uma pessoa ligada ao paciente também estava com o novo coronavírus e transmitiu o vírus para uma terceira pessoa. Todos permaneceram em quarentena em suas casas, pelo período de, ao menos, 14 dias.
Após o primeiro caso, outros diversos registros passaram a ser feitos no Brasil. Muitos vieram de países com inúmeros casos do novo coronavírus, mas depois foram registrados casos de transmissão local e, por fim, comunitária.
Duas semanas depois, foi anunciado que o empresário de 61 anos está curado da doença provocada pelo novo coronavírus.
A principal recomendação de profissionais de saúde que acompanham o surto é simples, porém bastante eficiente: lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa ou antes de manipular alimentos.
O ideal é esfregar as mãos por algo entre 15 e 20 segundos para garantir que os vírus e bactérias serão eliminados.
Se estiver em um ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração, não toque a boca, o nariz ou olhos sem antes ter antes lavado as mãos ou pelo limpá-las com álcool. O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato.
Também é importante manter o ambiente limpo, higienizando com soluções desinfetantes as superfícies como, por exemplo, móveis e telefones celulares.
Para limpar o celular, pode-se usar uma solução com mais ou menos metade de água e metade de álcool, além de um pano limpo.