
Conheça os supostos remédios contra coronavírus
Foto: STR / AFP
O combate à Covid-19 ocorre em três frentes. As duas primeiras são as mais conhecidas. De um lado, governos tomam medidas para conter a proliferação do novo coronavírus. Do outro, agentes de saúde dão assistência aos contaminados. Mas é na terceira que residem as esperanças da população mundial. Cientistas trabalham para desenvolver vacinas e tratamentos contra a doença. E já há resultados considerados promissores.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump está entre os otimistas. Nesta quinta, em coletiva na qual anunciou a eliminação de barreiras burocráticas para acelerar a liberação de remédios, ele afirmou que o país está dando passos animadores e citou dois medicamentos. Um deles é a hidroxicloroquina. Em um estudo na França, 100% dos pacientes contaminados ficaram curados após seis dias de tratamento com a medicação combinada com Azitromicina.
A hidroxicloroquina é usada no tratamento contra alguns tipos de malária e doenças reumatológicas. Como os estudos foram pequenos, é necessário passar por mais testes. Agora, eles serão realizados pela Food and Drugs Administration (FDA), dos Estados Unidos. A droga, por sinal, está dentro do foco da entidade, que prioriza medicamentos já testados — ou seja, com níveis de segurança já conhecidos.
“Estamos em uma guerra médica e temos que vencê-la. Os novos tratamentos podem mudar o jogo contra o coronavírus”, destacou Trump. “A parte perigosa do processo já foi eliminada, esses remédios já estão no mercado”.
O outro medicamento citado por Trump foi o Remdesivir, e é considerado ainda mais promissor. Há uma semana, um homem de 48 anos recebeu alta 22 dias depois de ter sido infectado com o novo coronavírus. Ele recebeu o tratamento por via intravenosa durante dez dias. O fármaco deixou a Organização Mundial da Saúde (OMS) empolgada.
“Há apenas um medicamento que acreditamos ter eficácia real neste momento. É o Remdesivir”, afirmou o médico da OMS Bruce Aylward no início do mês.
O antiviral foi crido pela companhia americana Gilead para combater o Ebola. Mas não apresentou resultados expressivos. acabou se revelando promissor quando testado em pacientes com o novo coronavírus na China e, em seguida, na França e nos Estados Unidos. Se mantiver os bons resultados, a expectativa é de que o tratamento esteja disponibilizado nos próximos meses, segundo a própria OMC.
Em tempos de aflição, a ciência traz outras boas notícias. Uma delas são os estudos realizados com o Favirapir. O medicamento, mais conhecido no Japão com o nome de Avigan, é usado contra a Influenza. Os testes foram realizados na China. Depois de quatro dias, pacientes que foram tratados com o medicamento apresentaram negativo para o novo coronavírus.
Dentre os medicamentos testados contra a pandemia, um dos mais conhecidos no Brasil é o Lopinavir/Ritonavir. Ele foi muito popular no país até os anos 1990, pois fazia parte do coquetel usado para tratar o HIV. São chamados pelo nome de kaletra. No entanto, em quadros mais severos de Covid-19, os testes não fizeram efeito.
Por se tratar de medicamentos já conhecidos, é importante destacar que a automedicação não é recomendada. Afinal, nenhuma das pesquisas ainda foi concluída. Logo, não há um conhecimento pleno sobre sua eficácia e nem sobre os possíveis efeitos colaterais.
Enquanto as pesquisas por tratamentos avançam, a busca pela tão aguardada vacina para evitar o contágio caminha de forma mais lenta. A declaração dada nesta quinta por David Loew, vice-presidente da Sanofi Pasteur (líder mundial em produção de vacinas), mostra que será preciso paciência.
“Nossa estimativa e de que levará, no mínimo, de 12 a 18 meses para que uma vacina esteja disponível no mercado”.