CPMI das fake news é prorrogada por seis meses

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Foto: JANE DE ARAÚJO/AGÊNCIA SENADO

Parlamentares se articulam para prolongar, por mais seis meses, os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. O requerimento para a prorrogação já tem as 30 assinaturas necessárias de senadores. Falta, agora, completar as 90 de deputados. O clima é favorável. A expectativa é de que esse número seja alcançado nas próximas semanas, tendo em vista a relação do Congresso com o governo, que azedou após o presidente Jair Bolsonaro compartilhar com apoiadores vídeos convocando para manifestações contra o parlamento e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Também conta a favor da continuidade dos trabalhos o relatório do Facebook, revelando que uma das páginas usadas para direcionar milícias virtuais contra adversários de Bolsonaro era operada de dentro da Câmara. A página, chamada Bolsofeios, era gerida por Eduardo Guimarães, assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Para piorar a situação do governo, com a troca da liderança do PSL na Casa — saiu Eduardo Bolsonaro e entrou Joice Hasselmann (SP), a tropa de choque destacada para defender o presidente da República na CPMI deve perder as vagas.

Hasselmann, que era apoiadora de Jair Bolsonaro, foi vítima de ataques coordenados por milícias virtuais e, quando depôs na comissão, em 4 de dezembro, apresentou um organograma de como funcionavam os ataques. Entre as páginas citadas pela deputada estava, justamente, a coordenada pelo assessor de Eduardo Bolsonaro. Com a troca no comando, as obstruções provocadas por governistas nas sessões administrativas, que julgam requerimentos de convocação e quebras de sigilo, devem diminuir, acelerando os trabalhos.

Os parlamentares já têm requerimentos pedindo quebra de sigilo bancário e telemático de empresas que promovem disparo em massa de mensagens de WhatsApp. Deputados e senadores também querem ter acesso ao backup das mensagens disparadas pela empresa Yacows, suspeita de difundir fake news durante as eleições de 2018. Outra novidade é que, agora, além de um delegado, parlamentares contam com a ajuda de um perito da Polícia Federal, para examinar provas e documentos apresentados. O especialista entrou para a equipe nesta quinta-feira (5/3).

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou um pedido de impeachment, protocolado por 17 deputados e dois senadores, contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Os parlamentares acusavam o ministro, entre outros, de crime de responsabilidade por falta de planejamento e execução de políticas públicas relacionadas à pasta. De acordo com Lewandowski, apenas a Procuradoria-Geral da República pode apresentar denúncias na Corte contra ministros.

Correio Braziliense