Crivella é recebido em comunidade por lama jogada por moradores
Foto: Marcio Alves / Marcio Alves
O prefeito Marcelo Crivella foi hostilizado por moradores do bairro do Barata, em Realengo, na manhã desta segunda-feira, quando visitava o local. Populares chegaram a arremessar uma bola de lama no rosto do prefeito quando ele dava uma entrevista para a imprensa. Desde o início, o prefeito ouviu reclamações de moradores, mas os ânimos se acirraram após ele afirmar que grande parte da população é a culpada.
— A culpa é de grande parte da população, que joga lixo nos rios frequentemente — afirmou Crivella, que repetiu esse discurso várias vezes durante a entrevista. — Chuva no Rio é sempre um problema, mas o pior é o lixo. Temos excesso de lixo nos rios, bueiros e encostas, e quando vem a chuva, tudo desce. As chuvas são um problema, mas dessa vez nem foram as piores que enfrentamos.
Durante a entrevista, um morador pegou uma bolinha de lama e arremessou no prefeito. A lama acertou o lado direito de seu rosto, e sua testa ficou suja de terra, assim como sua jaqueta. Seguranças ainda tentaram cobrir Marceo Crivella com um guarda chuva, mas ele recusou.
Ao final, seguranças do prefeito chegaram a intimidar e a agredir moradores que estavam no local e gritavam contra Crivella. Já a secretaria municipal de assistência social, Tia Ju, hostilizou a equipe da TV Globo e do O Globo. Na entrevista, Crivella afirmou que a repórter Beth Luquese, da TV Globo, “é paga para fazer escândalo”.
O prefeito justificou a demora no atendimento àquele local pelos carros abandonados que estavam na calha do Rio Grande. Eram oito, e a prefeitura já retirou quatro, o que atrasou a chegada da Comlurb, Rio Águas e Secretaria municipal de Conservação, segundo Crivella. Em relação aos falecidos, ele respondeu que a prefeitura está prestando atendimento, assim como às 600 pessoas desabrigadas.
Questionado sobre as obras irregulares em encostas, porém, o prefeito minimizou o problema. E novamente culpou o excesso de lixo.
— Temos que agir preventivamente para não jogar lixo nas encostas. Olha a grande quantidade, esse é o problema. Se não jogarem lixo no bueiro e beira dos rios, melhora — afirmou Crivella, que culpou ainda a judicialização dos casos de demolições de construções. — As obras irregulares estamos tentando, amanhã vamos derrubar série de prédios na Muzema, o que a justiça não permitia.