Deputado que propôs amputação de “corruptos” pode ser cassado

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Foto: Evandro Eboli/Reprodução

Um deputado federal ganha 33.763 reais para representar a sociedade no Congresso e propor leis que melhorem a vida dos brasileiros, além de fiscalizar a atuação do Executivo.

Mas veja o desperdício de dinheiro que representa o deputado Boca Aberta (PROS-PR), mandado ao Parlamento por 90.158 eleitores do Paraná. No final do ano passado, o Conselho de Ética aprovou suspensão de seu mandato por 6 meses, mas ele recorreu à CCJ. A decisão ainda vai ao plenário.

Com o auxílio de sua equipe, o deputado irá protocolar uma proposta, já pronta, que defende o seguinte: “dispõe sobre a amputação das mãos de político condenado por crime de corrupção contra o patrimônio público, desde a condenação até o transito em julgado”.

O leitor não leu errado.

O deputado quer amputar as mãos de condenados por corrupção. Do presidente da República ao vereador.

“O presidente da República, Governador de Estado, Prefeito, membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, das Câmaras Legislativas, das Câmaras Legislativas Municipais que tenham contra sua pessoa ou os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, terão suas mãos amputadas se cometerem os seguintes crimes”, diz o parágrafo primeiro da proposta.

Para elaborar o “projeto de lei”, Boca Aberta diz se inspirar em países como Irã e Coreia do Norte.

“A população está cansada de sofrer nas mãos de políticos inescrupulosos e frios, pessoas más, desumanas. Por essas razões, ante o exposto e tendo em vista a imensa relevância desta medida peço o sufrágio dos Alumies Pares para a aceitação, apreciação e aprovação deste projeto de lei”, justifica o deputado.

Essa proposta não deve prosperar na Casa.

Boca Aberta, que coleciona polêmicas por ataques a colegas em seus discursos, teve o mandato suspenso pelo conselho por fazer “blitz da saúde” em hospital de madrugada, invadindo e gravando todo mundo. Foi acusado também de apresentar documentação falsa no STF.

Durante o processo, sua situação piorou por conta de seu comportamento de ameaçar servidores do Conselho de Ética. O relator chegou a pedir a cassação de seu mandato, mas seus pares optaram por uma pena mais branda.

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