Inverno pode agravar pandemia
Foto: Fábio Vieira/FotoRua/Folhapress
Coincidindo com a confirmação do primeiro caso, em Cidade de Deus, o Washington Post publicou a reportagem “Favelas densamente compactadas do Brasil se preparam: ‘Isso vai matar muitos’”.
Com fotos de Rocinha e Santa Marta, alerta para “uma das fases mais mortais da crise global”. Ouve de um ativista no Complexo do Alemão que lá “o isolamento é quase impossível”. De São Paulo, cita a favela Nova Esperança, “New Hope”.
Com foto de rua paulistana “ainda cheia”, a Bloomberg destaca que a América Latina “não está pronta para o vírus que está a caminho”. Diz que “a diferença de riqueza coloca milhões em risco na próxima frente do surto”.
Reproduzida ao longo do fim de semana por agregadores e jornais do New York Times à Índia, a Reuters recorre até ao bordão da série “Game of Thrones” para soar o alarme de que ‘a temperatura começa a cair em abril’.
“O coronavírus está pousando na América do Sul quando o verão está perto do fim e o inverno se aproxima, potencialmente agravando a propagação da pandemia no Brasil e noutras partes da região”, afirma a agência.
Com foto do Rio visto da praia de Icaraí, em Niterói, seu título anuncia que “O inverno está chegando: clima mais frio na América do Sul pode acelerar propagação do vírus”
O tabloide chinês Huanqiu, ligado ao PC, informou que questionaram a “ridícula declaração” de Eduardo Bolsonaro sobre a China, pela ordem: Os presidentes do Senado e da Câmara, “o vice-presidente Hamilton Mourão, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, líderes dos maiores partidos, acadêmicos e comentaristas conhecidos, ‘think tanks’ e ‘netizens’”, como são chamados os usuários de internet na China.
Com todas as desculpas, “a guerra de palavras baixou, o que atende aos interesses dos dois lados”.
Nas duas chamadas principais do NYT no domingo, “EUA se debatem com aumento de casos” e “Nova York responde por 5% dos casos no mundo”.
Ainda assim, como informou o Daily Beast, “a Casa Branca lançou plano de comunicação” com dois focos, “acusar Pequim de criar pandemia global” e “pintar a resposta dos EUA à pandemia global como ‘humanitarismo extraordinário’”. O site teve acesso a uma instrução do Departamento de Estado, de que “os EUA estão prontos para dar assistência” até à China.
Agências da Coreia do Norte e do Irã noticiaram no fim de semana que os dois países receberam ofertas de assistência de Washington. A iraniana Irna destacou que o líder Ali Khamenei afirmou em pronunciamento na TV que achou a proposta “estranha, porque os EUA é que enfrentam escassez” no combate ao Covid-19. “Se sua mão está aberta, use em vocês”, acrescentou ele.