Joice troca aliados de Bolsonaro da CPI das Fake News
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado
Nova líder do PSL, a deputada Joice Hasselmann (SP) decidiu trocar, nesta terça-feira, os integrantes do partido na CPI das Fake News. A ex-líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso substituiu aliados do presidente por deputados alinhados a ela. Agora ex-integrantes da comissão, Caroline de Toni (SC) e Filipe Barros (PR) eram considerados os maiores defensores de Bolsonaro no colegiado.
A deputada trocou também os dois suplentes de Barros e Caroline. Carla Zambelli (SP) e Carlos Jordy (RJ) deixaram o colegiado. No racha do partido entre apoiadores de Bolsonaro e do presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), os dois também estão do lado do presidente da República.
Agora, são titulares do colegiado Júnior Bozzella (SP) e Nereu Crispim (RS), com os suplentes Delegado Waldir (GO) e Heitor Freire (CE). Todos são considerados “bivaristas”, pelo alinhamento com o presidente da legenda.
A CPI das Fake News tem dado dor de cabeça para o governo. Com o objetivo de investigar o impulsionamento de mentiras nas eleições de 2018, o colegiado já ouviu depoentes que apontaram para Bolsonaro, como a própria Joice e o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP). Ambos ex-aliados do presidente, os dois disseram que há uma milícia virtual em apoio a Bolsonaro, comandada por aliados dele, que orquestra ataques contra seus adversários.
Em meio aos ataques, eram Caroline e Barros que faziam a defesa mais enérgica de Bolsonaro. Ainda no time de maiores aliados do presidente no Congresso, os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo, e Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ) integram a comissão. Eles, porém, não frequentam todas as reuniões do colegiado.
Na semana passada, Joice se tornou líder do partido no lugar do deputado Eduardo Bolsonaro (SP). Aliados de Bivar, conseguiram recolher 21 assinaturas para fazer a troca. A mudança só foi possível porque, mais cedo, em mais um capítulo da briga interna do legenda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu a decisão de Bivar pela suspensão da atividade partidária de 12 deputados bolsonaristas pelo período de um ano. O documento que desalojou Eduardo da liderança, também reconhecido por Maia, contou com a quantidade mínima necessária para a mudança.