Mercado vê PIB abaixo de 2% em 2020
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As previsões de mercado reunidas no boletim Focus, do Banco Central (BC), nesta segunda-feira mostram uma diminuição nas expectativas do PIB e da taxa básica de juros, a Selic, para 2020. A pesquisa é a primeira após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar pandemia na última quarta-feira.
Para o PIB, a expectativa é de crescimento de 1,68% neste ano. Há quatro semanas, a previsão era de 2,23% e, uma semana atrás, de 1,99%. Na última quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que o crescimento neste ano poderia ficar abaixo de 2%, uma meta que Guedes defendia no início da crise.
A taxa Selic, que mantinha o nível de 4,25%, caiu para 3,75%. A expectativa de novos cortes na taxa vieram com os efeitos da crise do coronavírus. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em fevereiro, o Banco Central havia sinalizado a interrupção do ciclo de cortes.
O mercado também mudou suas expectativas em relação ao câmbio. Segundo o boletim, ele espera que o dólar fique em R$ 4,35 ao final de 2020, um crescimento em comparação há uma semana, quando previa R$ 4,20 e há um mês, quando a expectativa era de R$ 4,10. O câmbio variou bastante na semana passada e iniciou esta segunda com forte alta, chegando a ser negociado a R$ 4,915.
No fim da semana passada, o Ministério da Economia anunciou medidas contra os efeitos da crise, como a antecipação do pagamento de R$ 23 bilhões a aposentados e pensionistas, referente à primeira parcela do pagamento do 13º salário. Além das ações já anunciadas, o Ministério prepara 20 medidas que serão publicadas ao longo dos próximos dias.
Na manhã desta segunda-feira, o Banco Central anunciou mudanças na regulação que vão permitir a renegociação de até R$ 3,2 trilhões em créditos de famílias e empresas. A mudança busca apoiar a economia e assegurar a estabilidade financeira do país.