OMS declarou o coronavírus uma pandemia

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Foto: Thomas Peter/Reuters

Nesta quarta-feira (11) a Organização Mundial da Saúde (OMS) finalmente subiu classificou a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, como uma pandemia. Mas o que isso significa, na prática?

A designação em si é apenas simbólica, pois não altera as ações de saúde da OMS, que já estavam em seu nível mais alto após a declaração do surto de Covid-19 como uma emergência global de saúde pública, em janeiro. “Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por este coronavírus. Não altera o que a OMS está fazendo e nem o que os países devem fazer”., disse o diretor global da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva realizada em Genebra nesta quarta-feira.

O termo pandemia é usado quando uma doença se espalha pelo mundo todo e afeta uma grande quantidade de pessoas. A determinação é feita com base na expansão geográfica da doença, na gravidade dos sintomas que ela causa e em seus efeitos na sociedade. Está mais do que claro que a disseminação do coronavírus para mais de 100 países, em seis continentes, com um número total de infectados superior a 120.000 e 4.300 mortos, se encaixa perfeitamente nessa designação.

Muitos especialistas e inclusive o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já solicitavam que a organização alterasse o status da doença de emergência de saúde pública global para pandemia. Mas a entidade temia que a alteração da classificação poderia causar pânico ao passar a impressão de que o problema não pode ser controlado e os países parassem de tentar impedir a propagação do vírus.

A OMS disse estar profundamente preocupada com os “níveis alarmantes de inação” de alguns governos em relação ao coronavírus e enfatizou que a nova classificação é um apelo para que os países aumentem seus esforços no combate à doença e não usem isso uma desculpa para desistirem da luta.

“Nos próximos dias e semanas, espera-se que o número de casos de Covid-19, o número de mortes e o número de países afetados aumente ainda mais”, disse Tedros. Por outro lado, o diretor-geral da OMS reforçou que se os países detectarem os casos da doença por meio de testes; rastrearem, tratarem e isolarem os pacientes infectados e mobilizarem a população, os países que apresentam poucos casos ou surtos controlados da doença poderão impedir que ela se torne uma epidemia.

Diante disso, o maior impacto da declaração de pandemia de coronavírus, além de uma sensação de pânico generalizado na população mundial, deverá ser sobre questões políticas e econômicas. Segundo especialistas, a declaração pode fragilizar ainda mais a economia mundial e levar a restrições mais rígidas de viagens e comércio.

Vale ressaltar que a população desempenha um papel fundamental na contenção da doença. Como ainda não há vacina nem tratamento para o novo coronavírus, a melhor – e única – forma de prevenção é evitar aglomerações, manter a higiene das mãos e praticar a etiqueta da tosse.

A última vez que a OMS declarou uma pandemia foi há uma década, durante o surto de H1N1 em 2009, que infectou quase um quarto da população mundial. No entanto, a decisão foi criticada por criar pânico desnecessário. PAra fator de comparação, Sars e Mers, doenças que vieram depois do H1N1 e também se espalharam por vários países não foram consideradas pandemia.

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