Para Ciro, medidas contra vírus estão atrasadas
Foto: Márcia Foletto
Para o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT-CE), as medidas restritivas para combater o novo coronavírus (COVID-19) deveriam ter iniciado em fevereiro, apesar de admitir que esta não é uma “decisão difícil de tomar”. Em entrevista à CNN Brasil, ele classificou a condução do governo de Jair Bolsonaro em relação à pandemia como caótica.
“Ele reage com absoluto caos sobre o assunto. Estamos repetindo o itinerário da Itália em relação ao coronavírus, e a responsabilidade é do presidente. Ele tinha as informações e as relativizou, dizendo que é fantasia, exagero da mídia”, disse.
Ciro também criticou a participação de Bolsonaro nos atos a favor de seu governo, no último dia 15. “Ele foi a Miami e voltou em uma comitiva em que, agora se sabe, 22 pessoas testaram positivo para o coronavírus. Ele deveria ter entrado em quarentena, mas foi confratenizar com o povo”.
Sobre o cenário econômico, Ciro acredita que a revogação do teto de gastos e o fim de renúncias fiscais poderiam ser uma solução diante da crise gerada pela pandemia.
“Eu teria pedido a revogação do teto de gastos porque ninguém no mundo impõe na Constituição amarras para o governo reagir a momentos como este. Temos mais de R$ 1 trilhão no caixa da União e não podemos usá-los.”, explica o ex-governador. “É preciso também cortar renúncia fiscal a setores privilegiados para proteger o mais pobre, os pequenos empresários, que são aqueles que mais geram empregos no Brasil”.
Ele ainda criticou o “coronavoucher” proposto pelo Ministério da Economia, dizendo que a proposta é inviável.
“Você tem 50 milhões de brasileiros entre desempregados e informais e não há cadastro disso. O governo não terá como operar o coronavoucher, é uma mentira aquilo, não se sabe quem são as pessoas que irão receber”.