Popularidade de Mandetta sobe e a de Bolsonaro cai
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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, perde hoje em popularidade apenas para o colega da pasta da Justiça, Sergio Moro, de acordo com levantamento da empresa de consultoria Atlas Político sobre o prestígio do presidente Jair Bolsonaro e de seus ministros com maior visibilidade no noticiário.
O levantamento, feito pela internet, com um uso de algoritmo que calibrou estatisticamente 2 mil respostas, entre os dias 16 e 18 de março, mediu também a popularidade do próprio Bolsonaro. O presidente conta com imagem positiva de 42% e a visão negativa é de 51%. Os demais pesquisados não tem opinião formada sobre o dirigente.
Mandetta recebe 38% de imagem positiva, ante 23% de negativa e 39% sem opinião. O ministro que coordena os esforços do governo em relação ao combate da pandemia do coronavírus conta com a segunda maior aprovação no ministério e com a menor rejeição. A liderança em prestígio segue com Moro, muito mais conhecido, que tem 50% de imagem positiva, mas 43% de visão negativa, uma das maiores registradas dentro da equipe do presidente.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, é a mais rejeitada, com 54% de avaliações negativas. O vice-líder na rejeição é o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que conseguiu 19% de avaliações positivas, mas 49% de negativas.
Desde o início da pandemia, Mandetta foi retirado de uma situação de virtual invisibilidade para uma posição de hiperexposição na mídia, com entrevistas e pronunciamentos quase diários na mídia. O ministro da Saúde foi muito elogiado por lideranças políticas e formadores de opinião por revestir suas declarações com um caráter técnico. A sua condição de médico (é ortopedista de formação) lhe confere credibilidade.
A postura de Mandetta contrastou com a do presidente, que em um primeiro momento minimizou a crise, afirmando que havia “histerismo” da população em relação ao tema.
O ponto máximo do contraste entre o ministro e o presidente aconteceu no domingo, dia 15, ocasião em que Bolsonaro confraternizou com manifestantes que foram às ruas com críticas ao Judiciário e ao Legislativo. Mandetta confirmou que o presidente contrariara uma orientação para se evitar aglomerações que valia para todos.
O desempenho aumentou o alcance político do ministro da Saúde, até então com ambições relativamente modestas, como a de ser candidato a prefeito de Campo Grande (MS). Seu nome começou a ser citado como possível candidato a vice em uma chapa de reeleição de Bolsonaro.
Nos últimos dias, face alguns sinais de desconforto na base bolsonarista com o fato de Mandetta manter diálogo com oposicionistas, o ministro começou a destacar o alegado papel protagonista de Bolsonaro no combate à enfermidade.
Com a decretação do estado de calamidade, que mudou o patamar da pandemia entre as prioridades de Bolsonaro, o presidente naturalmente monopolizou a cena e Mandetta voltou para a retaguarda.