Abertura de escolas militares é lorota de Bolsonaro

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Foto: UNIFAL/DIVULGAÇÃO

Diferentemente do que sugeriu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), o governo federal ainda não tem planos para reabertura das instituições de ensino sob sua gestão — sistema que abrange 4 milhões de estudantes.

O Ministério da Educação (MEC) é responsável por 220 estabelecimentos educacionais, entre escolas, institutos e universidades. Mas, apesar do desejo de Bolsonaro, esses locais continuam sem data para volta ao funcionamento.

Desde que Bolsonaro sugeriu a reabertura de escolas militarizadas no DF, a medida gerou uma série de reações contrárias ao retorno devido à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que ainda não arrefeceu no país.

Técnicos do MEC explicam que a pasta tem monitorado as condições de retomada do ano letivo com aulas presenciais, mas que neste momento não há definição para o regresso.

Além das variantes de saúde pública, a pasta observa também as regras estaduais — como decretos e regras de distanciamento social.

É que para definir a abertura dos institutos, escolas e universidades federais, a União precisa de segurança jurídica, ou seja, obedecer as determinações de quarentena dos governadores que podem ser ampliadas ou revogadas.

Funcionam serviços como laboratórios de pesquisa, hospitais universitários e áreas ligadas à saúde, como produção de álcool em gel.

Dados do Painel Geral de Monitoramento das Instituições de Ensino mostram quase 5 milhões de pessoas, entre servidores, alunos, professores e técnicos, estão com atividades suspensas.

O Metrópoles questionou o Ministério da Educação sobre os detalhes dos estudos técnicos para reabertura de instituições de ensino federais e de como isso tem sido negociado com governos estaduais.

A pasta, contudo, não se manifestou até a última atualização desta reportagem. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

O governador Ibaneis deu 10 dias para o secretário de Educação do DF, João Pedro Ferraz dos Passos, elaborar e apresentar plano para efetivar a reabertura das escolas do Distrito Federal.

Pais estão insatisfeitos com a mudança de rumo e organizaram uma carreata para esta quinta-feira (23/04) contra o retorno de aulas em colégios militares e escolas cívico-militares. O ato começa 9h, no Colégio Militar Dom Pedro II.

O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) rejeitou com veemência a pretensão de reabertura. “Reativar as escolas da rede pública neste momento é uma covardia e uma perversidade inominável com estudantes, professores e suas famílias”, destaca em carta pública.

A reabertura de atividades é vista com cautela por autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). O entendimento é que a retomada de serviços que gerem aglomeração deve ocorrer quando o número de casos estiverem controlados e a rede de saúde preparada para atendimentos.

Metrópoles