Alcolumbre compara Bolsonaro a motorista suicida

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado

Jair Bolsonaro foi descrito pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em conversas reservadas nesta segunda (6), como o motorista de um caminhão em alta velocidade em direção a um muro, e que mesmo alertado de que vai bater, não para. A imagem foi usada em referência à guerra fria travada com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Para observadores, a cada nova ameaça de demissão não cumprida, é Bolsonaro que se desgasta e passa a imagem de fraqueza.

A entrevista de Mandetta anunciando que vai continuar à frente da Saúde escancarou a fragilidade do presidente, na avaliação de parlamentares.

O ministro levou toda a equipe para falar com jornalistas, abriu espaço para representantes de entidades darem apoio à sua permanência, agradeceu até a imprensa pela preocupação com o seu futuro, mas não fez nenhuma referência elogiosa a Bolsonaro.

Para integrantes do Judiciário, o auge da desmoralização do presidente foi quando Mandetta teve, de novo, de desdenhar do uso da cloroquina antes da comprovação científica. O ministro disse que foi colocado em uma salinha depois da reunião com o presidente para ouvir duas pessoas pedirem um decreto para liberar o uso. A salinha era dentro do Palácio do Planalto.

A decisão do Ministério da Saúde de flexibilizar as medidas de isolamento a partir do dia 13 de abril, revelada pelo Painel, pode diminuir uma parte do confronto entre Mandetta e Bolsonaro, na avaliação de técnicos e parlamentares. Mas não deve ser suficiente. Para a classe política, a ruptura é irreversível.

A fritura do ministro é creditada, no Legislativo, ao filho Eduardo, que advoga nos bastidores pela nomeação de Nise Yamaguchi, médica defensora do uso da cloroquina em pacientes com coronavírus. O deputado tenta, com isso, emplacar antagonismo com João Doria (PSDB) em São Paulo.

Folha