Bolsonaristas agridem reporter fotográfico em Porto Alegre
Foto: Reprodução
O protesto em prol do presidente Jair Bolsonaro e pela intervenção militar em Porto Alegre (RS), na tarde de domingo, terminou com um repórter fotográfico vítima de agressão. Durante a manifestação que aconteceu em frente ao prédio do Comando Militar do Sul, no Centro Histórico da capital gaúcha, Jefferson Botega, do jornal Zero Hora, fazia a cobertura para o diário quando foi hostilizado pelos manifestantes.
Uma confusão se iniciou quando uma mulher usando uma máscara estampada com a frase “Fora Bolsonaro” ficou nua em cima da pilastra da Igreja Nossa Senhora das Dores. Ao descer da mureta, ela e três amigos, incluindo duas outras mulheres, foram perseguidos pelos manifestantes. Nesse momento, um manifestante chutou um rapaz por trás, e a mulher o empurrou para defender o colega. A moça levou imediatamente um soco no rosto.
O colega agredido, então, pegou um copo com um líquido e atirou contra o grupo que protestava em prol de Bolsonaro. Encurralados junto ao muro de um prédio do Exército, eles foram novamente agredidos a socos e pontapés. Botega acompanhou toda a cena de perto. Enquanto filmava a confusão, um dos agressores retornou e deu um tapa na câmera do fotógrafo para terminar com a gravação.
Em seu perfil no Facebook, Botega publicou:
“Seguirei documentando e registrando a história”, escreveu no Facebook.
A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) condenou a agressão sofrida pelo repórter fotográfico. Em nota, o presidente da ARI, Luiz Adolfo Lino de Souza, criticou a agressão sofrida pelo fotógrafo. Ele também condenou o teor dos protestos que pedem intervenção militar.
“A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) condena a agressão sofrida pelo jornalista Jefferson Botega, repórter fotográfico de Zero Hora, quando trabalhava na cobertura de ato a favor do presidente da República. O jornalista, assim como demais profissionais da mídia, estava cumprindo sua missão de registro da História neste momento de pandemia e turbulência política. Propostas que ferem a Constituição Federal, agridem a democracia ao intimidar a imprensa no justo momento em que a população brasileira tanto precisa do jornalismo”, disse.