Bolsonaro constrói versão para inquérito no STF

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Foto: Reprodução

Na reunião ministerial de ontem, Jair Bolsonaro resolveu explicar sua ida à manifestação pró-ditadura no domingo, diante do QG do Exército.

Explicações à sua maneira, claro, dando justificativas que lembraram aquelas que dá quando conversa com seus seguidores no cercadinho do Palácio da Alvorada.

Aos ministros, Bolsonaro contou que no domingo estava almoçando com os três filhos mais velhos na casa do 03, o deputado Eduardo Bolsonaro. E ali teria sido informado que havia uma manifestação de homenagem ao Exército em frente ao QG do Exército. O motivo seria celebrar a data, dia 19 de abril, Dia do Exército.

Bolsonaro afirmou aos ministros que o ouviam que finda a refeição resolveu se confraternizar com aqueles que queriam homenagear o Exército. (Ou seja, Bolsonaro disse, aparentemente sem ficar corado, que se dirigiu ao local sem saber sobre o motivo real da manifestação).

Neste momento, o relato de Bolsonaro aos ministros ganhou ares de indignação. Repetiu o que já dissera no cercadinho: subiu na caminhonete e não disse uma só palavra contra qualquer um dos Poderes, não pregou contra a democracia.

Sobre as faixas que pediam a volta do AI-5, fechamento do Congresso e a intervenção militar, mininizou: garantiu que não viu nenhuma e que a mídia pegou imagens justamente de uma faixa que pedia a volta do AI-5, que ele nem sabia que estava ali.

Os ministros continuavam ouvindo calados. E Bolsonaro, cada vez mais enfático, passou a criticar Wilson Witzel e a cobrar da imprensa:

— A imprensa fica dizendo que eu quero dar golpe, mas onde está a imprensa para cobrar o governador do Rio, que está mandando prender pessoas na praia? Isso é que é ditadura! Onde está a mídia que não vê isso aí?

O Globo