Bolsonaro queria alguém “muito rico” para substituir Mandetta

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Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro recebeu informações de que há corrupção no Ministério da Saúde. Como quem fez as denúncias não apresentou provas, o comitê de crise comandado pelo general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, reuniu um grupo de agentes da Abin e oficiais da inteligência do Exército para apurar as suspeitas. Um dos casos investigados envolve  pagamentos milionários a uma clínica de radioterapia que sequer existiria.

Na semana passada, logo depois de demitir Mandetta, o presidente estabeleceu alguns critérios para a escolha do novo ministro da Saúde. Um deles, chamou a atenção dos auxiliares. Em uma reunião,  Bolsonaro disse que o futuro ministro tinha de ser alguém com perfil  técnico, com ampla experiência internacional, favorável à flexibilização da quarentena e que “fosse muito rico”.

Para Bolsonaro, essa última exigência era inegociável. Devido ao avanço da pandemia no país, o ministério da Saúde ganhou um reforço extraordinário em seu caixa e recebeu uma carta branca para fechar contratos sem licitações e com cifras vultosas. O oncologista Nelson Teich atendeu a todos os requisitos de Bolsonaro, especialmente o último.

Empresário e com doutorado internacional em economia da saúde, o novo ministro foi um dos fundadores das Clínicas Oncológicas Integradas (COI), vendida em 2015 para a Amil, que hoje pertence ao grupo americano UnitedHealth (UHG).

O substituto de Mandetta tem um bom trânsito entre empresários e médicos. Ele foi indicado por Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência e chancelado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.  Bolsonaro escalou o almirante Flávio Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para ajudar o novo ministro a fazer uma varredura nos contratos da pasta.

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