Em surto, Trump ameaça fechar Congresso
Foto: YURI GRIPAS / REUTERS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou os parlamentares nesta quarta-feira (15) com a ameaça de fechar o Congresso caso não haja uma reunião para a nomeação de funcionários sem supervisão do legislativo.
O fato de o Congresso permanecer formalmente aberto, mas inativo, não permite que o chefe de governo nomeie pessoas automaticamente para o cargo.
O presidente afirmou que há 129 cargos aguardando aprovação do Senado para assumir seus postos, sendo alguns, para Trump, vitais para conter a propagação da pandemia, como o diretor da Inteligência Nacional e secretário adjunto de Agricultura, responsável pelos programas alimentares.
Com a iniciativa, Trump apelou para um poder constitucional nunca antes utilizado para ameaçar o fechamento da Câmara e do Senado se não concordarem em se reunir ou suspender suas atividades por iniciativa própria.
“A prática atual de deixar a cidade (Washington) enquanto conduz sessões ‘pro forma’ falsas é um descaso do dever que o povo americano não pode pagar durante esta crise. É um esquema. O que eles estão fazendo é um esquema, e todos sabem disso”, disse Trump em entrevista coletiva.
Ele culpou o Partido Democrata pela paralisação e assumiu que o Senado, controlado pelo Partido Republicano, concordaria em suspender suas atividades para lhe dar esse poder.
“Se a Câmara (controlada pelos democratas) não concordar com essa suspensão, exercerei minha autoridade constitucional para fechar ambas as casas. Eles foram avisados e estão sendo avisados agora mesmo. Se eles não aprovarem, então vamos por esse caminho, e eles provavelmente nos levarão à corte, e veremos quem ganha”, afirmou.
A previsão é que o Senado se reúna novamente na próxima segunda-feira, enquanto a Câmara não deve ter atividades antes de 4 de maio. Os congressistas aprovaram no final de março o pacote de estímulo econômico de US$ 2,2 trilhões para responder à covid-19, o maior da história dos Estados Unidos.
Em Washington, D.C., sede do Congresso e da Casa Branca, está em vigor confinamento até 15 de maio.