EUA podem ter encontrado medicamento para covid19
Foto: U. Perrey/Picture-Alliance/DPA
Um grupo de pacientes infectado com o coronavírus Sars-Cov-2 e tratado com o medicamento Remdesivir mostrou uma rápida recuperação em sintomas como febre e dificuldades para respirar, informou o site de medicina americano Stat nesta quinta-feira (16/04).
A notícia fez disparar as ações da empresa fabricante, a Gilead Sciences, e impulsionou as bolsas de valores em todo o mundo, incluindo a de Frankfurt.
Segundo o site, a maioria dos pacientes que tomaram parte no estudo, em Chicago, teve alta em poucas semanas. Apenas dois morreram. O estudo foi feito com 125 pacientes, dos quais 113 gravemente doentes.
Pesquisadores de um hospital da Universidade de Chicago que participaram dos estudos sobre o medicamento antiviral relataram ter observado melhoras rápidas em sintomas como febres e dificuldades respiratórias.
A instituição, porém, afirmou que a notícia sobre a eficácia do medicamento se baseia em informações de conversas de pesquisadores em debates internos, que foram vazadas sem autorização.
A Gilead afirmou que “a totalidade dos dados deve ser analisada para que se possa fazer quaisquer conclusões sobre os testes”. O UChicago Medicine, o centro médico da universidade, afirmou que “dados parciais sobre um teste clínico em andamento são, por definição, incompletos e jamais devem ser utilizados para se chegar a conclusões”.
A Gilead aguarda para o final de abril os resultados da terceira fase do estudo em pacientes humanos com infecções graves de covid-19. Dados adicionais sobre a pesquisa deverão estar disponíveis em maio.
A Universidade de Chicago é um dos 152 locais que participam dos testes realizados pela Gilead envolvendo pacientes de covid-10 em estado grave. Outra pesquisa, com pacientes com o coronavírus em condição moderada, é realizada em 169 locais. Ainda não há nenhum tratamento aprovado para covid-19.
O interesse no medicamento da Gilead tem sido bastante alto. O New England Journal of Medicine publicou na semana passada uma análise que afirma que dois terços dos pacientes em estado grave, em um grupo reduzido, tiveram melhoras em suas condições após serem tratados com o Remdesivir.
O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos iniciou em fevereiro testes em 800 pacientes que receberam doses de Remdesivir ou placebos, mas os resultados ainda não foram divulgados.