Maia sinaliza que não analisará impeachment
Foto: Sérgio Lima
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), questionado ontem sobre pedidos de impeachment e de abertura de comissão parlamentar de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a prioridade da Casa, neste momento, é o combate à pandemia. “O papel da Câmara, neste momento, é que a gente volte a debater, de forma específica, o combate ao coronavírus. Temos tratado de conflitos políticos, conflitos nas redes sociais, mas não podemos tirar do debate e da pauta os projetos e projeções em relação ao enfrentamento do vírus. É nossa prioridade.”
Para Maia, a saída dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e da Justiça Sergio Moro colaboraram para o clima ruim. “O ex-ministro da Saúde e o da Justiça são homens públicos com muita credibilidade, o que gera muita pressão da sociedade, muitas críticas ao governo, mas todos esses processos, de CPI, impeachment, tem de ser pensados e refletidos com muito cuidado”, ponderou.
Maia defendeu, porém, a postura de parlamentares de debaterem a criação de CPI e a viabilidade de um impeachment contra Bolsonaro. Ele destacou que não pode fazer declarações sobre processos. “Eu sou o juiz. Não posso comentar temas em que a decisão é minha e independente. Passei por isso no governo do presidente Michel Temer. Superamos esse equilíbrio, e muitos olham aquele governo com saudades de coisas que a gente fez junto”, afirmou. “Passamos por duas denúncias, muitos pedidos de impeachment, e não podemos ter açodamento. A pressa faz com que a crise do coronavírus tenha contornos ainda mais graves no impacto da vida da sociedade. Mas a Câmara deve ter paciência e equilíbrio para tratar do mais importante, que é a vida, o emprego e a renda dos brasileiros.”
De acordo com Maia, por causa da pandemia, a previsão é de uma queda no Produto Interno Bruto que, se comparada à projeções de crescimento para o fim de 2020 antes do coronavírus, equivaleriam a 10%. “Isso vai gerar aumento do desemprego no Brasil. Já se projeta aumento na taxa de desemprego de 16%, um aumento da economia informal chegando a 50% dos empregos no país. São números dramáticos em relação à vida, ao desemprego e à renda dos brasileiros”, enfatizou