O último esforço para não desmontar Ministério da Saúde

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Foto: ADRIANO MACHADO

Parece cada vez mais questão de tempo a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, mas ainda há quem tente segurá-lo no cargo. Políticos aliados do governo no Congresso desfiam uma série de argumentos desde o início da manhã desta quarta-feira para tentar convencer o presidente Jair Bolsonaro a não fazer mudança na pasta agora.

Parlamentares que estavam em seus estados (por causa do coronavírus as sessões do Congresso têm sido remotas) chegaram a Brasília há algumas horas para engrossar a turma do deixa-disso.

A principal argumentação é conhecida: sem Mandetta, o presidente arcaria com o desgaste da alta no número de mortos pela pandemia, prevista para as próximas semanas. Nesse cálculo, obviamente está incluído o custo eleitoral que os parlamentares terão que pagar.

Outro temor é o desmonte da equipe do ministério que está na linha de frente do combate à pandemia. O trabalho desses servidores é avaliado como muito bom e a remontagem da estrutura é considerada uma temeridade em meio à curva ascendente de casos da doença.

Um dos servidores elogiados é Wanderson Kleber de Oliveira, secretário de vigilância em Saúde, cuja mensagem de despedida foi publicada pela jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. Alguns deputados pensavam em tentar manter Oliveira, mas ele já oficializou seu pedido de demissão. Parlamentares aliados do governo tentam agora evitar a saída de João Gabbardo, número dois do ministério, que foi um dos nomes cogitados até mesmo para substituir Mandetta.

O maior empecilho para a manutenção do atual ministro da Saúde é a contrariedade dos ministros militares, que deixaram de apoiá-lo desde a entrevista concedida ao Fantástico no domingo, considerada por eles acintosa.

A missão é quase impossível. Mas enquanto a demissão de Mandetta não é anunciada, a tentativa de fazer o presidente mudar de ideia continua.

Uol