Para Mandetta, contágio subirá até maio

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Foto: Wagner Pires/Futura/

Um artigo publicado na terça-feira 7 na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e assinado por diversos especialistas no combate da pandemia do novo coronavírus no Brasil, entre eles o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, aponta que o pico de casos no país ocorrerá entre abril e maio. O estudo também indica que a circulação da doença, a Covid-19, se dará até meados de setembro. As estimativas são baseadas em modelos matemáticos.

Neste cenário, o material aponta que “existem preocupações quanto à disponibilidade de unidades de terapia intensiva (UTI) e ventiladores mecânicos necessários para pacientes hospitalizados”. Além disso, o artigo também menciona a ausência de “testes diagnósticos específicos, particularmente RT-PCR em tempo real, para a detecção precoce de Covid-19 e a prevenção da transmissão subsequente”.

Com a falta de tantos insumos, a saída apontada é o isolamento — justamente a medida que foi ponto de desentendimento público entre Mandetta e o presidente da República, Jair Bolsonaro. “O isolamento social é uma medida que deve ser sugerida precocemente, a fim de achatar a curva epidemiológica com o menor impacto econômico possível”, diz o conteúdo. O documento ainda relembra que as autoridades brasileiras “não implementaram um bloqueio através do uso de forças de segurança para impedir o movimento de pessoas em massa”.

Para os estudiosos, se o distanciamento social for efetivo, liberando o acesso do público apenas a serviços essenciais, o impacto econômico poderá ser “mitigado” ao mesmo passo que a atual epidemia de Covid-19 será controlada.

No entendimento dos pesquisadores, epidemias anteriores, como as de varíola, zika e H1N1, ajudaram o sistema brasileiro de saúde a criar rápidas medidas de controle e erradicação. A H1N1, mais especificamente, levou o SUS a desenvolver expertise para o atendimento de complicações respiratórias.

Entre os autores da publicação estão Julio Croda, ex-especialista do Ministério da Saúde e atual pesquisador da Fiocruz, e Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde da equipe de Mandetta.

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