Parentes de mortos por vírus acusam Prevent Senior
Foto: Reprodução/Prevent Senior
Há 15 dias em casa pelo luto da morte da esposa, Osni Pompei, de 78 anos, procurou atendimento em uma unidade da Prevent Senior porque estava sem ânimo para seguir, e foi diagnosticado com depressão. Maria das Dores, de 96, e Therezinha Campos, de 89, tinham em comum os problemas respiratórios frequentes. Eliasabe de Freitas, de 80, buscou atendimento para tratar um quadro de infecção urinária. Sebastião Ximenes, de 83, lutava contra um câncer de pulmão e fazia uma visita de rotina. Izaurina Menezes, de 89, buscou tratamento para dores no joelho. José Roberto Brancaglion, de 71, se internou para tratamento de quimioterapia.
Atendidos em diferentes unidades, nos dias seguintes seus prontuários ganhariam uma mesma marca: diagnóstico de Covid-19. Com saúde debilitada, foi questão de dias para entrarem na estatística de óbitos relacionados à doença.
Familiares de pelo menos 12 pacientes que foram vítimas do coronavírus em unidades da Prevent Senior em São Paulo relataram a ÉPOCA a suspeita de que seus parentes tenham se infectado ao buscar atendimento nos hospitais Sancta Maggiore, que pertence ao plano de saúde. Além da surpresa do diagnóstico, em comum está o fato de morarem em bairros distantes do epicentro da doença e manterem rotina mais reclusa por conta dos problemas de saúde que já tinham.
A Prevent Senior nega a hipótese de contaminação em suas unidades e sustenta que os parentes provavelmente já estavam infectados quando procuraram atendimento. A empresa afirma que segue desde o início da crise os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Até segunda-feira (13), mais de um terço das 456 mortes de coronavírus na cidade de São Paulo ocorreu em alguma das cinco unidades da rede, que atende a quase meio milhão de pacientes, com idade média de 68 anos. É tragédia semelhante à queda de um jato com 163 passageiros, sem que houvesse sobreviventes.