Auxiliares de enfermagem morrem mais que médicos na guerra ao vírus
Foto: Reprodução/ Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Técnicos e auxiliares de enfermagem são maioria entre os profissionais de saúde com suspeita de coronavírus. É o que aponta um balanço do mais novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Segundo o levantamento, já são 199.768 profissionais de saúde com suspeita da doença, sendo 31.790 confirmados. Os auxiliares respondem por 34,2% do total de suspeitas (68.250), seguido por enfermeiros (16,9%) e médicos (13,3%).
“Com os mais baixos salários, condições de vida difíceis e jornada dura, os técnicos e auxiliares sentem, de forma desproporcional e alarmante, os efeitos da pandemia”, diz o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em nota divulgada em seu site.
“São os mais expostos ao contágio, com pouca proteção e retaguarda. Seus plantões, muitas vezes, se iniciam e se encerram com longos e precários deslocamentos em transporte público do trabalho até a casa, por longas distâncias.”
A entidade defende o pagamento de insalubridade para profissionais de enfermagem e uma pensão para familiares dos mortos em serviço.
Em São Paulo, estado mais populoso e com maior número de casos da doença no brasil, estão 32,8% do total dos casos suspeitos entre profissionais da saúde, seguido por Rio de Janeiro (14,7%), Ceará (7%), Bahia (6,6%) e Pernambuco (6,5%). Já entre os casos confirmados, 46,7% estavam em São Paulo, seguido por rio (14%), Ceará (5,3%), Amazonas (4%) e Bahia (3,7%).
Os profissionais de saúde mais afetados pela Covid-19
Técnico ou auxiliar de enfermagem 34,2%
Enfermeiro 16,9%
Médico 13,3%
Recepcionista 4,3%
Agente comunitário de saúde 2,5%
Outro tipo de agente de saúde 2,5%
Gestores e especialistas de operações em empresas, secretarias e unidades de serviços de saúde 2,4%
Fisioterapeuta 2,1%
Farmacêutico 1,7%
Biomédico 1,6%
Outros 18,5%