Bolsonaristas fingem ignorar que o chefe comprou o Centrão

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR

A nomeação feita por Jair Bolsonaro de Fernando Leão como diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas para se aproximar do centrão não abalou o apoio dos deputados que são seus seguidores mais fiéis, mas gerou confusão.

As reações oscilaram entre o alegado desconhecimento, as críticas a fake news e a incerteza sobre os propósitos da manobra. Na terça (5), ao falar do acordo, Bolsonaro desconversou e disse que não havia nenhum nome publicado no Diário Oficial.

A deputada Alê Silva (PSL-MG) disse que nunca ouviu qualquer conversa sobre o tema nos grupos bolsonaristas de WhatsApp ou em cafés da manhã com o presidente e que para a ala bolsonarista é como se o tema “não existisse”.

Daniel Silveira (PSL-RJ) diz que dá o benefício da dúvida ao presidente, que, segundo ele, dificilmente erra, e reforça que confia em Bolsonaro. Ele diz que mais para a frente será possível dizer de que maneira essa nomeação se encaixa em um projeto mais amplo. E completa: “uma mentira dá a volta ao mundo enquanto a verdade coloca as calças”, sobre as críticas à nomeação.

Felício Laterça (PSL-RJ) argumenta no mesmo sentido e diz que agora não é possível emitir uma opinião definitiva sobre o tema. Segundo ele, somente o tempo poderá dizer se foi uma medida “salutar ou não”. “Se houver corrupção por indicação política, aí sim veremos um reflexo negativo”, afirma.

Bibo Nunes (PSL-RS) diz que o presidente não faz o “toma lá dá cá”, e isso que importa. “Ele distribui para os que estão com ele. Vai dar para o PT?”. Ele destaca que ele mesmo, que se declara o apoiador número um do presidente, nunca indicou ninguém para qualquer cargo e que não tem interesse nisso, mas que não acha imoral a nomeação.

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) afirma que “não há corrupção no governo” e, apesar da entrega de cargos a novos aliados, quem for pego envolvido em desvios “vai rodar”. “A indicação não é um problema, o que importa é o que essa pessoa vai fazer com o cargo”.

Tratamento intensivo “É claro que a gente sempre combateu o centrão porque tem pessoas aí que têm problemas com a Justiça… agora, o presidente está em um momento delicadíssimo e ele precisa de apoio”, afirma Bia.

Folha De S. Paulo